Pentacanal Audio Stereo

 

III

 

 

 

O OCTA

 

 

O -“UR” penta -  e como nasceu a idÉia de reprodução multicanal a partir das diferenÇas de fase entre as trilhas de gravação.

 

Minha primeira tentativa multicanal

 

Minha primeira entrada no high-end como efetivo construtor e experimentador iniciou-se em 1969. Naquela época havia uma efetivação da tendência geral nas salas de cinema particulares ou públicas em eliminar tudo o que fosse amplificadores à válvula para substituição por seus análogos transistorizados. Nesta operação, sucateavam-se equipamentos de alta qualidade por verdadeiras porcarias transistorizadas. Cheguei a ver um pecado mortal! Jogarem fora um par de  Western Electric (de 6L6) para reporem com quatro sistemas M-150 (o kit popular da Ibrape na época) Com esta operação generalizada, apareceram sucateiros destes idolatrados e antigos equipamentos que desmontavam tudo, vendiam válvulas, transformadores e chassis os mais diversos. Era comum encontrar RCA, Philips, Altec, Operadio, e até Standard Electric nacionais neste mundo de peças. Lembro-me que à época havia um sucateiro destes no Engenho Novo que tinha verdadeiras raridades completamente reformadas tais como um equipamento Meissner com AM e FM para som ambiente em rack. Só o tuner tinha 17 válvulas com dois olhos mágicos de sintonia.

Assim você podia encontrar transformadores Partridge, UTC, Woden, Acrosound etc. em perfeitas condições e outras raridades salvas do lixo! Nesta onda comprava-se barato e tínhamos equipos da mais alta qualidade.

Foi assim que obtive o meu primeiro chassi completamente vazio e mais ou menos limpo para montar o meu primeiro amplificador. Não consegui reconhecer a origem, mas sei que era americano pelas suas características de qualidade. Consegui um kit Woden transformador de força, saída e choque para 60W.

O saída tinha primário com tomadas de 3800 e 4800 Ohms com CT Os três secundários eram 0; 3.75; 7.5; 15 Ohms/ 15 Ohms e 600 Ohms. O força tinha 475V na alta, 4V e 5V na retificação 2.5; 4; 6.3 e 7.5V para filamentos com CT. Tinha uma coleção de 6550 fornecida pelo meu amigo que trabalhava na TV Tupi.   Era só montar o “PIONEIRO”.  Minha intenção era fazer um simples mono sem pré-amplificador. Adotei um circuito da Phillips para amplificador de Cinema, cuja qualidade já efetivamente testada me era muito agradável.

O diagrama original tinha uma AX50 na retificação duas EL37 na saída e as tradicionais EF40 e ECC40, já naquele tempo não muito comuns. Logo descobri uma versão da mesma American Phillips usando 6L6 e as mais conhecidas 6J7 e 6SN7. O circuito demonstrado tem o primeiro pré  utilizado para microfone e célula foto elétrica. Em nossa montagem não usamos este estágio, destacado em cor mais escura.

Este amplificador foi acoplado a uma caixa do tipo RCA, (http://www.novacon.com.br/audiobhorn2b.htm)  de audibilidade também reconhecida.

No sistema usei um conjunto de alto falante da Selenium de 12”, um tweeter corneta e um divisor três vias todos do mesmo fabricante. Pouco tempo depois em minhas experimentações li sobre os falantes passivos a serem colocados em pórticos. Nesta mesma caixa usei como passivo um falante de 15” da Novik com possibilidade de três formas de uso: Bobina Aberta; Bobina em Curto; e Bobina em paralelo e em fase com o woofer principal. Notáveis experiências quanto à alteração do som, mormente quanto a equalização em meios diferenciados. Para meu gosto nada como a bobina em paralelo e em fase com o Woofer principal.

Ao entrar nestes processos de pesquisa e comparação você quer logo algo mais violento. O mais violento seriam as caixas de padrão WE ou Klangfilm mas a enormidade e a falta de estética logo nos colocavam fora destas possibilidades. Foi então que surgiu a Patrician 700 vista num catálogo da  “Allied Radio” como alternativa doméstica possível (http://www.novacon.com.br/audiopat800.htm).  Resolvi portanto construir uma Patrician 700- sem o Woofer de 30’ uma vez que o mesmo era inexistente no nosso mercado. Se não havia o falante de 30”, não haveria também necessidade da corneta traseira. Em seu lugar coloquei um sistema de quatro falantes de 15”, uma vez que a área deslocada é idêntica. Usei um divisor especialmente preparado. Nunca comparei com uma Patrician autêntica, mas os resultados foram espetaculares; tanto que o projeto gerou um outro (http://www.novacon.com.br/audiobhorn.htm) . Estava pronto meu sistema monofônico. Não havia mais o que fazer. Isto é, considerava pronto.

 

Pioneiro

 

 

 

Melhorar o ótimo? Seria piorar. Os sistemas monofônicos têm um limite do ótimo; e estas pesquisas e resultados foram mais tarde publicadas (e radicalizadas) por Susumu Sakuma que confirmou todos meus experimentos e conclusões, indo até mais além numa espécie de dogmas que se quebrados, perderemos as boas expectativas dos equipamentos monofônicos ( http://www.novacon.com.br/audioampdesus.htm).

 

  Havia de imediato neste up-date sobrado uma caixa de excelente qualidade. Apesar de não estar no nível da Patrician, poderia; - se utilizassemos um bom amplificador com a mesma. Mas como fazer algo melhor que amplificador anterior? Pensei em criar um binaural, mas decidi criar um estéreo. A caixa já estava pronta. Com a multiplicidade de chassis disponíveis, podíamos fazer um novo amplificador. Estava disponível o circuito abaixo publicado na revista Antenna “O Amplificador Dual” de Frank R. Barkey.

Este seria o COMPANHEIRO ideal para o nosso PIONEIRO. Altos recursos de equalização para uma estereofonia ampla ou uma bi-amplificação diferenciada.  Consegui um novo chassis adequado, e para par procurei conseguir um novo conjunto Woden para transformadores de saída. Consegui um, este de 35W, com características de ligações igual ao primeiro. (http://www.novacon.com.br/audioampl.htm)  O outro saída foi um EASA 20W de ferragem aparente. o novo choque também um EASA e o transformador de força foi um “baita” transformador obtido de um velho televisor Zenith de cinescópio redondo. A montagem foi imediata. Na hora de ligar começaram a surgir problemas...

1º problema: A amplificação passa por dois estágios em ambos os ramos do novo amplificador. E o outro amplificador que já está pronto e aprovado em três. As fases são reversas na saída. Isto provoca perda de vivacidade e excessiva separação estereofônica. Em princípio, revertem-se as fases de uma das caixas acústicas. De qual o canal? Mais fácil reverter o sinal de saída mais simples – o PIONEIRO.

E se vamos criar uma unidade central? E dois canais traseiros?

2º problema: conectar uma rede de falantes.

A solução paliativa foi encontrada no desenho “SISTEMA REAL DE LIGAÇÃO ENTRE AMPLIFICADORES E CAIXAS COM OITO CANAIS”.

 

Detalhe constritivo do amplificador Dual:

 

Quanto ao canal de agudos não há erro: Não oscilou a realimentação negativa está corretamente ligada. O secundário de graves deve ser ligado como no diagrama abaixo. Colocamos o sistema para funcionar. –Apenas o amplificador COMPANHEIRO em reprodução monofônica.  Fases dos alto falantes como no diagrama final. Potenciômetros de graves e agudos na posição máxima. Controle de volume a gosto. Ouvimos... Se houver perda de presença no som reproduzido, invertemos s ligações “A” e “B” das duas 6L6 de saída. Voltamos a ouvir. Tudo perfeito!

 

Evidentemente precisávamos de uma caixa para os sinais de freqüências mais elevadas.

Cumpre observar que este conjunto não é um amplificador com corte abrupto de freqüências eis que nos médios há uma coexistência dos dois ramos de amplificação e aí reside a grande qualidade de presença facilmente detectável quando em funcionamento; por isto o procedimento no detalhe construtivo.

Para o canal de altos usamos uma caixa de suspensão tipo AR. (http://www.novacon.com.br/audioarenc.htm)

 

COMPANHEIRO

 

 Estava pronto meu estereofônico. Novamente não havia mais o que fazer.

Usávamos agora a ligação PIONEIRO/COMPANHEIRO  com as caixas: Caixa 1 , Caixa 2 e Caixa C

Em 1974 com a grande divulgação da quadrafonia, decidi agregar duas novas caixas: a Caixa 1a  e  a Caixa 2a em conformidade com o desenho “SISTEMA REAL DE LIGAÇÃO...” Estas duas novas caixas usadas foram gêmeas com modificação apenas no que tange às ligações. Usei como teste o projeto da GE  do gabinete paralepipédico de 10 pés cúbicos que alem de simples é muito eficiente. (http://www.novacon.com.br/audiogoodbrig%202.htm).

 

 

Com a plenitude da quadrafonia em estágio comercial passamos a desenvolver um novo pré-amplificador que será demonstrado no próximo segmento. O MARAVILHA. Para plenitude de seu funcionamento pusemos dois novos canais bem simples por sinal, para facilitar quaisquer conexões em falantes.

O mini sistema gerou toda uma forma de conexões possíveis para ambiência. Todas detalhadas em: http://www.novacon.com.br/audioquadsur2.htm e http://www.novacon.com.br/audioquadsur3.htm . Os novos circuitos são single ended e dispensam realimentação negativa externa. A combinação foi maravilhosa. Mormente em considerando a concomitante reprodução dos amplificadores PP e SE. A diferenciação tonal é facilmente audível e no mesmo velhinho do Engenho Novo consegui nada menos que duas caixas pentagonais  “University”  bass reflex com falante de 12” coaxial e com abertura no fundo e pórtico pelos pés e a caixa de centro também um bass reflex com nada mais que uma Altec  de 15” com radiador em colméia. Estas com maravilhosa tela frontal artesanal feita ao estilo hexagonal “empalhador de cadeiras”. Ao término deste artigo vou detalhar algumas conclusões tomadas de experiências exaustivas de audição e recomendação de sistemas para uso doméstico.

 

O amplificador AMBIENTAL é controverso, mas por isto mesmo interessante. Em principio seu timbre é diferenciado em relação aos P.P. Sua saída é “delicada” para que possamos dar um termo comparativo. Ao mesmo tempo compõe adequadamente com os “força bruta” sem nenhuma perda aparente nos médios. Estes excitam as duas unidades de molas reverberadoras, ligadas em série, através de seu canal central, devidamente dosadas pelo potenciômetro R601.

As unidades de reverberação utilizadas eram duas Sincro com respectivamente 1.2 e 1.75 segundos de duração do eco: ambos com bobina de entrada de 150 Ohms . Dois falantes de 6” foram montados coaxialmente aos falantes nas caixas R1 e R2, exclusivamente para reverberação. Um potenciômetro Rx4 fica encarregado da fusão entre os sinais de reverberação.

 

AMbiental

 

Eis que nos finalmente assim ficaram as conexões finais. O sistema impressionou todos quanto os viram e ouviram. A grande maravilha da recuperação de elementos antigos.

 

SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO DOS ELEMENTOS.

 

SISTEMA REAL DE LIGAÇÃO ENTRE AMPLIFICADORES E CAIXAS COM OITO CANAIS.

Rx1 = Rx3 = 15 Ohms;  Rx2 = Rx4 = Potenciômetros 50 Ohms.

Note que:

 As caixas estão apenas diagramadas. Na verdade elas incluem sistemas com divisores de freqüências e volume interno etc.

As caixas 2 e 2 A  estão diagramadas com falantes de grave e corneta de médios etc. por não necessitarem divisores de freqüências uma vez que são operadas por amplificador de duas vias.

 

Características das caixas e falantes conjugadas ao circuito “Ambiental”

 

Este segundo sistema cria o chamado “Surround Sound” ou, traduzindo, som que circunda, som ambiental ou ainda som ambiônico.

 

University Ken 12

 

Dimensões: H=29 ½”;  L=19”; P=16 ½”.

 

Diffusicone 12”.

 

HF 206 tweeter  and H600 mid horn

 

Altec Lansing 605 Cabinet    Altec Lansing 604 Loudspeaker

 

 

 

Dimensões: H= 29 7/8”;  L= 23 7/8”;  P= 15 7/8”.

Corte do duto: 3”x 14”.

 

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