Bass horn
Neste segmento vou demonstrar uma caixa que construí na residência de um amigo. Chama-se Silvio Eu o conheci pelas minhas atividades em fotografia e soube que também era astrônomo amador. Havia construído um telescópio de 1600mm de distância focal. Fui ver seu telescópio e nos tornamos amigos. Este telescópio possuía todos os detalhes de controle azimutal e horizontal totalmente “feitos em casa” incluindo um tripé em ferro fundido que era absolutamente rígido. A historia é longa e aqui vamos nos deter às caixas de som.
O Silvio havia realizado uma modificação em sua cobertura em Laranjeiras. Nesta cobertura foi criado um grande jardim de inverno que era também a sala intima da casa. Como a cobertura tinha a área de todo o apartamento, levantou-se uma parede nos fundos com vitral para se preservar a intimidade do jardim de inverno. Faltava algo para completar o ambiente. Uma divisória com estante de livros já existia para separar o outro ambiente. A cobertura tinha apenas três ambientes: o jardim de inverno, uma sala de recreação e uma grande varanda com um mirante de ferro. O Silvio já tinha um gravador Akai, que foi o primeiro que vi com rolo, cassete e cartucho numa só unidade, um amplificador Spectro e um Thorens com capsula Pickering.
Neste ângulo do vitral e abaixo do mesmo, havia a falta de algo, sugeriu-se uma lareira. Veio-me à mente uma extraordinária caixa relatada no livro “Enclosures” do Biggs , aquele da Wharfedale. Fizemos uma caixa construída em tijolos com laje na parte superior e inferior. A parte externa foi decorada com tijolinhos aparentes e sobre a laje superior foi aplicado um granito preto. Toda a parte frontal aparente foi pintada de preto fosco em seu interior. Como disfarce para que se desviasse a visão do interior, foi colocada uma grade removível de tubos de metal polido semelhante a um jogo da velha, O sistema estava pronto. Lembro-me que na época usei quatro alto falantes woofers da Novik de 15, que apareciam, pois os mesmos tinham cone azul. Pintamos com um spray preto fosco e tudo ficou perfeito. O ambiente tinha em torno de uns 35m2 e os graves reproduzidos eram potentíssimos sem identificação da origem do som. Isto permitiu caixas pequenas com pouco mais de um palmo de altura para os médios e agudos sem qualquer comprometimento com vibrações etc. O Silvio completou as duas outras caixas com dois mid range dourados de 5 polegadas da Cibeal (atual Arlem) e dois tweeters novos da Bravox. Os divisores eram Selenium. A caixa de graves era tão grande que as pessoas não a notavam como caixa acústica, era uma lareira. Cada um que visitava o seu “chalé” ele mostrava apenas as caixinhas pequenas e dizia que havia inventado uma nova tecnologia para reprodução. Ao ouvirem aquele som espetacular e completamente desconhecido pelos cidadãos comuns o pessoal ficava intrigado, não conseguia acreditar, aí o Sílvio aparecia com um monte de conversa sobre leis de física para “engrupir” o pessoal!
Os detalhes construtivos estão todos detalhados nos desenhos abaixo. Como ligação elétrica diria apenas que cada par de alto-falantes era ligado numa saída de graves de cada um dos divisores. Optamos pela ligação cruzada o inferior esquerdo com o superior direito e você versa. Particularmente, - Nunca ouvi algo mais surpreendente em residências.
Esta foto já me fascinava. Cornetas Altec para cinema. Proporções semelhantes a nossa caixa. Catálogo de 1945.
Existiam duas no antigo cinema Metro Passeio e quatro no Palácio.
O Projeto Bass Horn
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