EL86 800 ohm 2
Um pouco de história.
J. Rodrigues de Miranda sugeriu em 1955 que a transmissão de FM seria mais efetiva na Europa que nos Estados Unidos. Desta forma Um bom aproveitamento seria a de construir receptores com elevada fidelidade na reprodução que não aparentassem o tradicional “buraco de fechadura” que Miranda classificava o som dos receptores de então. Para que se conseguissem bons receptores que não onerassem o comprador, criando assim um grande mercado de ouvintes de alta-fidelidade, Miranda sugeria que fosse adotada uma nova configuração na etapa de saída. Esta etapa não deveria ter mais de 1% de distorção e deveria ser com uma potência da ordem de 10Watts. O circuito passou a chamar-se de “Bi-Ampli” devido a sua particular configuração de duas válvulas fazendo a função de amplificador. O mesmo sistema eliminava o transformador de saída, que se de custo reduzido, teria apenas resultados medíocres, mas exigia um alto falante especial de alta impedância.
A primeira tentativa em conjunto com J. J. Zaalberg que também trabalhava na Philips holandesa, utilizou um Push pull convencional sem transformador com altofalante de 1500 Ohms de impedância e derivação central o chamado "direct energy transfer". Logo este projeto foi abandonado. Aqui no Brasil, lembro=me que existiu uma versão brasileira fabricada pela Semiramis com ECL82 na saída.
O passo seguinte foi desenvolver um falante de uma só bobina. Foram testados altofalates de 700, 400 e finalmente 800 Ohms. O sistema realmente produzia som de alta qualidade, que eu mesmo verifiquei este era o chamado “Efeito 3D”.
O circuito acima demonstra o Bi-Ampli (ou Totem) de 5Watts, onde a inversão de fase se faz através do pentodo inferior.
Este sistema possui muitas peculiaridades a mais interessante é que é um push-pull que alem de não ter perdas normais ocasionada pelo trnformador de saida, não necessita de pares casados funcionando até com válvula completamente diferentes. Na verdade existiram versões com (inferior/superior) HL94/UL41 EL84/UL84 EL84/EL86 EL81/EL86 e logicamente as EL86/EL86 e EL81/EL81. vários produtos incorporaram inclusive o modelos Reverbeo como os Philips B7X14A65,alemão, e o magnífico FR-880 fabricado no Brasil.
Abaixo vemos uma interessante versão com “crossover” (filtro divisor de freqüências) eletrônico, utilizando quatro válvulas de saída. Agudos (Hochton) e Graves (Tieffen). Os alto-falantes laterais (Seiten Lautsprecher) funcionam com dois ou três falantes pela chave (3D –Taste) simulando pseudo estéreo. Chamo a atenção pela ligação triodo nas válvulas superiores, peculiaridade única no circuito que não se compromissa com o “par casado” tão requisitado em circuitos PP.
Amplificadores profissionais também vieram usar tais circuitos como o AG 9015 abaixo, mas estes usavam transformadores de saída com uma relação de 2.5:1 mas ainda usavam alto-falantes de 800 Ohms.
AG9015 Philips
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Nada se pode dizer da não qualidade auditiva do sistema. Muito pelo contrario, o nível de qualidade de áudio é altíssimo e até superior a muitos ícones do sistema de som. Mas existiram muitos problemas. O primeiro foi a dificuldade em produzir falantes de 800 Ohms O fio fino, muitas voltas e a baixa dissipação de calor em pouco tempo queimava o falante, que por sinal era bem mais caro que o similar de impedância convencional (4 ou 8 Ohms) O outro problema eram os capacitores eletrolíticos que por sua própria construção: (Solução de ácido bórico em gelatina) apresenta uma pequena fuga de corrente contínua devido ao potencial a que é ligado. Por esta razão está sempre aquecendo residualmente o falante e removendo o cone de sua posição de repouso, por isto quando ligados os falantes tem que o ser corretamente, isto é, fazer com que o cone vá para frente, pois se for para trás (polarização inversa) a bobina bate no fundo do imã e é automaticamente destruída. Um outro fator era o pentodo superior que tinha um grande potencial catodo filamento que era alimentado pela linha comum do circuito. Estes entravam em curto bem antes do término da vida útil da válvula. Na verdade um somatório de defeitos em componentes tornavam o equipamento pouco confiável. Estes fatores determinaram o fim de uso desta configuração de circuito. Em 1965 foram produzidos e comercializados as últimas unidades. Por outro lado, apenas a Philips e suas associadas tais como a Cossor e a Uranus usaram tais circuitos.
Para os que todavia tem encostados estes aparelhos antigos, que são de alto desempenho quando funcionam, ou para os experimentadores que queiram construir algo diferente, lembrando da necessidade de uma alimentação de filamento em separado na válvula superior, as firmas Tango e Lundahl produzem transformadores para este circuito conforme apresentamos abaixo.
Estes transformadores tem características semelhantes aos transformadores para lâmpadas halógenas sugerido no fascículo anterior.
Tango transformers
Outras fontes:
http://www.ne.jp/asahi/evo/amp/guide.htm
http://www.ne.jp/asahi/evo/amp/el86/report.htm
http://www.atatan.com/~s-ito/amp/yakinori.html
Veja também Mc Intosh Amplifiers 2 neste mesmo segmento.
A título demonstrativo incluímos três tipos de amplificadores sem transformadores de saída tipo OTL
O primeiro deles foi o famoso Dickie -Makovsky, desenvolvido por D. P. Dickie Jr. e A, Macovski, em 1954.
Dickie / Macovski - Transformerless 25-Watt Amplifier for Conventional Loudspeakers.
E dois amplificadores russos do mesmo gênero. Amplificador de ampla gama sem transformador.G. Krilov
A 6N2P corresponde à 6SN7 e a 6N5S corresponde à 6AS7. 20Watts resposta de 20 a 20.000 Hz com 1% de distorção e 1 dB de desvio.
6N1P = ECC88 Potencia de saída= 180Watts resposta similar ao anterior.
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