Sobre a câmera digital

1- Vertex Foto Escolas
 Pelo Eng L. Paracampo.

CFC NOVACON do BRASIL INSTRUMENTAÇAO CIENTÌFICA INDUSTRIA E COMERCIO LTDA,
na qualidade de Empresa de Desenvolvimento Tecnológico Avançado, vem por intermédio deste artigo, descrever a verdadeira posição do estado da arte na tecnologia digital, e desmistificar a maciça propaganda que gira em torno desta “novidade” tecnológica, e as “invenções” desinformativas em torno do tema esclarecendo ao fotografo, ao potencial usuário, e aos lojistas, o verdadeiro “estado da arte” nas tecnologias e concepção, orientando-se na correta utilização e destino destes equipamentos.
Aqui não citaremos marcas, mas apenas princípios técnicos, sem fazer alusão a nomes ou propagandas.
Usamos a linguagem técnica corrente com subseqüentes explicações e definições no próprio texto, com intuito de tornar acessível e claro tanto para os que se iniciam, quanto aos já usuários do sistema.

*1-Premissa:

A Fotografia, junto com a Escrita são as mais importantes de todas a invenções humanas. A fotografia como imagem, vale mais de mil palavras, segundo os antigos chineses.  Mais importante que a roda, o parafuso e alavanca, Foi o primeiro modo que utilizando a energia latente em determinado momento, a dirigiu para um registro permanente. Este registro é relacionado com a visão, o mais importante dos sentidos humanos. Antecedeu-se ao registro do som e serviu de base para estudo dos fenômenos físico-químicos que nos cercam. A Escrita e a Fotografia, e em Todas as Ciências, e mais ainda esta ultima, influenciaram a mudança da forma de testemunho, a perpetuação e o registro da História.

*2-Introdução:

Para melhor compreensão de todo este artigo, vamos primeiramente definir FOTOGRAFIA.  A palavra é composta de FOTO-Luz e GRAFIA-desenho.- impressão.  É fato sabido que desde a mais remota antiguidade o homem sempre quis registrar a imagem de um acontecimento qualquer que lhe fosse importante. Por isto, através da pintura, e do desenho ele registrou muitas coisas desde seu advento ao mundo. (pinturas rupestres) mas foi somente na primeira metade do século XIX que se conseguiu um processo de auto registro. Na verdade os pesquisadores procuravam inicialmente um processo gráfico mais simples, e isto pode-se ver tanto nas pesquisas de Hercules Florence como as de Nicephore Nièpce.  Finalmente Daguerre conseguiu o grande tento, o registro direto da imagem pela luz. O primeiro trabalho fotográfico publicado por Fox Talbot chamava-se “The Pencil of the Nature”, com uma clara ênfase ao desenho.

*3-Desenvolvimento:


O processo de Daguerre caiu em domínio publico e dede então foi largamente utilizado. As casas de óptica não davam vazão aos pedidos. A introdução dos primeiros processos alternativos, com uma posterior simplificação e diminuição das perigosas químicas, difundiu para mais pessoas o processo fotográfico, sendo o Daguerreótipo substituído pelos processos do Ambrótipo ou Talbótipo o Ferrótipo,  Panótipo e o Processo de Albumina ou Colódio Úmido e outros, que se sucederam até a comercialização das placas fotográficas de gelatino brometo em 1875. (1)

*4-Difusão:

Finalmente a introdução do filme flexível (roll-film) na ultima década do século XIX, alcançou uma nova faixa de usuários, e gerou o Amador de fotografia (snapshooter). Até então, a Fotografia era coisa de Profissionais, e alguns Apaixonados, pois o operador fazia sua própria emulsão superfície sensível, revelação e cópia. A entrada dos amadores que desejavam algo mais simples e acessível no campo fotográfico ampliou largamente o mercado, encorajando muitas empresas a se lançarem no mercado de produtos fotográficos. No final do século XIX, milhares de empresas em todo o mundo produziam e comercializavam, produtos fotográficos. A partir do filme e com a difusão alcançada e com os estudos e experimentações levadas a efeito chegamos a uma imensa variedade de proposições e métodos para se obterem o registro da imagem.  Acreditamos já ser do conhecimento do leitor, o principio básico da fotografia em película (2), portanto, a partir de agora, vamos discutir e conhecer o principio da formação da imagem digital, também conhecida como imagem numérica.

*5-O Principio Digital:


Todas câmaras fotográficas não passam de câmaras escuras. Nas câmaras de película o registro de imagem se efetua, controlando-se pelo diafragma e velocidade de obturação a quantidade de energia luminosa externa, para que, a que atinja o filme, tenha sempre um valor constante, unicamente dependente da sensibilidade do filme.
A maioria das câmaras digitais não possuem obturador. Somente diafragma, (não há especificações de velocidade de obturação nas especificações destas câmaras. A alta velocidade é apenas a do pulso do flash.  Aqui se modifica a técnica de fotografar.
Como praticamente a totalidade das câmaras digitais possuem um programa de toma de cena, o operador não se apercebe deste fato, uma vez que sua função se limita apenas apertar um botão e ver se cena saiu a contento. Porem quando se usam “backs” digitais em câmaras profissionais a historia é totalmente outra, pois aqui temos o obturador da câmara, que devera ser usado quase sempre em 1/30 de segundo, e a tomada de sincronização de flash, será usada para ligar a excitação no substrato sensível . O obturador não influenciará na exposição da foto.
Vamos agora detalhar o princípio e funcionamento do digital; Iniciaremos explicando a câmara digital integrada, que é o equipamento mais comum que se encontra no comércio.
No lugar do filme, estas câmaras, sempre em construção unificada, possuem uma unidade foto sensível, que na tecnologia atual é compartilhada por dois sistemas: o CCD e o CMOS (respectivamente Charge “Coupled Device”, e “Complementary Metal Oxide Semiconductor”). Estes princípios são herdados das câmaras de vídeo portáteis e das de amadores e são técnica comum desde os anos ’70. 
Ambos recebem sinais de luz existente na parte interna da câmara, (depois do diafragma) e somente se tornam sensíveis quando são eletricamente ativados por um pulso que será tanto mais forte ou mais fraco de acordo com a necessidade de sensibilização, ajustando-se automaticamente à quantidade de luz interna (dentro da câmara formadora de imagem) que banha a superfície eletricamente sensibilizada que formará a imagem eletro-fotografica. 
Daí numa mesma “chapa”, que tecnicamente chamamos de substrato, poderemos ter uma variedade de sensibilidades fotográficas. Paradoxalmente, quanto mais luz, menor a sensibilidade (lógico) e quanto menos luz, maior a sensibilidade, (também lógico); mas se a luz for muito pouca e a grande sensibilidade não for suficiente, nenhum traço da imagem é registrado. Este fenômeno se deve à existência de um patamar energético a ser rompido entre o ponto sensível (pic) e a “chapa” (substrato), e esta propriedade é inerente a todos os elementos semicondutores (silício) usados para a fabricação das unidades sensíveis. A câmara digital, portanto, somente faz fotografias em instantâneo e a luz nela não exerce o famoso efeito cumulativo, sendo descartada as possibilidades de fotografias noturnas e astronômicas .
Este processo de preparação da “chapa” para tomada de cena, através do um sistema de carga anteriormente descrito, também demora uma fração de segundo, mas esta não ultrapassa o 1/50 de segundo, tornando inviável a fotografia em grande velocidade, e usando-se flash, alguns ainda reclamam a borrosidade das fotos (pela luz ambiente em primeiro plano) e o excesso de enegrecimento do fundo.

*6-O Funcionamento das Unidades Sensíveis:


Nenhum dos dois sistemas vigentes, CCD e CMOS pode ser considerado superior. Na verdade cada um deles possui melhor desempenho em campos diferentes. Ambos no primeiro instante transformam a luz em sinais eletrônicos Analógicos.
No CCD, cada pic, (ponto) transfere um sinal de luz, transformado em um sinal elétrico (pixel), que seriado, é armazenado num sistema (chip) de memória digital.
No CMOS, cada pic, se confunde com um pixel, pois possui sua própria conversão carga-voltagem e este sensor produz sinais Digitais.

NOTA:
Pic -vem a ser o sinal elétrico gerado no ponto da “placa” sensível (substrato) pela excitação de um fóton advindo da luz ambiente que forma a imagem. Este apenas varia em amplitude, dimensão, (intensidade, altura do pulso).
Pixel – vem a ser o sinal elétrico gerado pelo “pic” quando processado pelo circuito integrado CI digitalizador. Este tem sempre a mesma amplitude e apenas varia em duração, largura (período, pulso de tempo maior ou menor).
A analogia para os conhecedores do principio do radio: O “pic” seria semelhante à amplitude modulada, o “pixel”, à freqüência modulada. Os “pixels” se assemelham aos “di”, “da” da telegrafia. (respectivamente pontos e traços - sinais longos e curtos). O sinal digital. É na verdade uma modalidade de sinal telegráfico.
Esta formatação é escolhida, para que haja diminuição do ruído natural que é gerado em todos os componentes eletrônicos. Peca pela perda de possibilidades de transmitir sinais sutis (muito débeis) porque para que haja sinal, é preciso haver um inicio de patamar de excitação. Os sinais mais fracos que o patamar mínimo são simplesmente eliminados. Esta é a razão pela qual os músicos, por exemplo, preferem o LP com um pouco de chiado, ao CD sem ruído de fundo, mas também, sem a coloracão exata que o  músico quis transmitir, ou  deseja ouvir.

Comparativamente, o CCD exige um chip extra para digitalização enquanto isto não é necessário para o CMOS, pois o substrato do mesmo é constituído do mesmo material que os circuitos integrados (chips), sendo a decodificação inclusive mais fácil pois o sinal já sai digital no primeiro estagio: porem o primeiro produz imagens mais uniformes, ainda que com mais consumo de energia, enquanto o segundo proporciona construção de aparelhos mais compactos e com mais economia de consumo de energia. O ruído e os custos finais de ambos são intercompetitivos.
Uma outra diferença é que o CCD por ser de mais simples execução torna-se apto a ser fabricado em formatos maiores, enquanto o CMOS por sua complexidade inicial limita o numero de pontos possíveis, pois pontos que se tornarem defectivos no processo de fabricação, inutilizam toda a “chapa” (transdutor). Quanto aos custos de produção, estes crescem exponencialmente proporcionais à área do transdutor, com perdas e rejeitos também exponencialmente maiores  para áreas maiores. Cumpre aqui observar algo bem interessante: Na fotografia convencional vamos para formatos maiores quando necessitamos de grandes detalhes e definição. Na fotografia digital, devido aos custos de fabricação o número de pontos (pics) quase sempre o mesmo em máquinas de formatos miniatura, médio ou grande, não trazendo essencialmente a melhoria pronunciada de qualidade da foto em si, que nos proporciona o sistema analógico. Só se utilizam adaptações à câmaras de formatos maiores devido a manobrabilidade que estas câmaras oferecem; Troca de objetivas, rebatimentos etc, o aumento de pontos eletrosensiveis  nas chapas maiores não é significativamente proporcional ao aumento da área da “chapa”.
A regra geral é que câmaras para uso médico, científico e industrial, costumam usar CCD; e câmaras de segurança, de PC, e periféricos, utilizam CMOS. Todo o processo de fabricação destas unidades, utilizam um processo alternativo da Fotografia, onde se depositam e evaporam através de raios Laser os materiais na placa de substrato.  (3)

*7-A Técnica:

Conforme vimos, a formação da imagem digital, inicia-se com uma série de pontos dispostos na superfície do substrato sensível e ali é gerada a imagem em pixels. A sucessão de sinais, em linha, tal como se forma a imagem na tela de televisão, (varredura) é então armazenada num circuito de memória para posterior decodificação e impressão de algo que possa ser visto como uma imagem fotográfica. No sistema, a cena é subdividida em três imagens similares formadas pelas três cores básicas: o azul, o verde e o vermelho (através de filtros coloridos), que numa sucessão organizada nos dão a composição final de imagem. É importante que o número de pixels especificados para cada aparelho, nos dão o nível de qualidade do equipamento, e logicamente da foto em si. 2 Megapixels, 6 Megapixels, etc. as melhores e caríssimas câmaras atingem 14 Megapixels, está-se estudando 16 megapixels e aparentemente está cada vez mais difícil alcançar números maiores com a tecnologia que é hoje utilizada. As adaptações de backs digitais em médio formato alcançam atualmente um Maximo de 22 Megapixels. Como termo de comparação, um filme de 35mm moderno a cores, com ISO 400 possui não menos que 28 Megapixels em linguagem digital. O filme preto e branco, também de ISO 400 possui algo em torno de 88 Megapixels. Quando vamos para o médio formato (6X7) temos algo em torno de 110 Megapixels para o filme a cores e 280 Megapixels para o filme P/B (se V. usar ISO 25, por exemplo, V. terá 1000 Megas, ou 1 Gigapixel !). Da mesma forma quando usamos um 4X5 polegadas, mais que dobramos estes valores, chegando aos 240 e 600 Mega respectivamente (sempre ISO 400), que correspondem a Milhões de pontos na imagem, Giga, significa Bilhões de pontos. Portanto, com a técnica usual, dificilmente ultrapassaremos em 20 ou 30 anos a qualidade da fotografia químico-analógica que hoje temos. Aqui ressaltamos o fato que há apenas pontos de cores na formação da imagem digital. A saturação cromática nos proporciona imagens agradáveis, apesar das cores distorcidas, também o ruído, interfere no detalhe fino e na sutileza de variações tonais.
Ao se fazerem imagens preto e branco, lá estarão as três cores para a formação do preto.  O preto nunca é formado em sua plenitude, usa-se então o recurso do sépia ou algo similar, porem a “chapa” digital possui apenas  a capacidade de registro de sete níveis de preto contra onze do filme analógico. A imagem P/B ficará sempre pobre no sistema digital. Este é um outro problema, que não poderemos fotografar um noivo de preto e uma noiva de branco juntos, nem um gato preto numa mina de carvão ou um urso polar num banco de gelo, isto, porque o equilíbrio do branco que o câmara proporciona automaticamente, fica sem referencia, exigindo posteriores grandes manipulações. Convém lembrar uma vez mais, que a quantidade de pontos no sistema digital não é proporcionalmente dependente da superfície da “chapa” (substrato), conforme explicamos anteriormente, tampouco depende da sensibilidade a que é imposta à “chapa”. Em linguagem fotográfica, diríamos que o grão é sempre o mesmo.

*8-O Futuro:

Recentemente, avanços no sistema têm sido realizados, todos visando a melhoria na qualidade final da imagem. São eles: o “Afinamento de grão” (Fine-pix) e o processo X3. Fala-se também do “Filme de Silício”.
O “Afinamento de grão” é realizado por um circuito que gera novos pontos intermediários entre os pontos existentes na “chapa” Este sistema é realizado por um micro-processador que “inventa” pontos similares à média do anterior e posterior, cobrindo o ruído dos semicondutores, na verdade colocando pontos que não existem na cena real.
Este processo nos dá uma agradável visualização da imagem, todavia gera sombras e brilhos inexistentes em cenas que possuam superfícies quadriculadas (em xadrez) ou que contenham linhas paralelas (em listas) ou em detalhes finos. Esta características deturpam a cena original porque as sombras de interferência (e brilhos) são aleatórias e sempre diferentes a cada cópia que tomamos do mesmo original.
Aqui surge uma interessantíssima peculiaridade: Todos os conhecimentos sobre resolução e qualidade das objetivas que conhecíamos, sobre resolução e qualidade das ópticas caem por terra. O que interessa é o conjunto “óptica-substrato”.
Eis que este conjunto com a capacidade de processamento do “chip” digitalizador, é que formará a qualidade visual final da imagem. Esta propriedade, uniformiza o centro e as bordas da imagem que na da câmara analógica convencional é facilmente visível. Obviamente, isto significa na câmara digital a “perda de definição” no centro da imagem, e “falsificação” da imagem a medida que ela vai para os cantos.
O processo X3 é realmente muito interessante, pois se eliminam os filtros e a necessidade de três sensores. Numa mesma “placa” são realizados três tipos de micro cavidades cilíndricas ao longo de todos os pics existentes, em profundidades diferentes equivalentes a ¼ do comprimento de onda do azul, do verde e do vermelho. Este processo,cria o sinal elétrico, por ressonância nas cavidades e além de oferecer cores mais naturais, sem problemas de ajuste de superposição, torna de imediato, o equipamento mais miniaturizado.
Para o próximo futuro espera-se a introdução do filme de silicon (continuo) sobre cerâmica, substituindo o principio de disposição discreta de pontos. Neste processo, os pics e pixels serão gerados nas micro moléculas do filme. Com a viabilização do sistema, se possível, voltaremos ao principio da fotografia física, semelhante ao primitivo Daguerreótipo em que se formava uma imagem a partir das reações nos átomos de prata, e não se falava em grão. Tínhamos uma definição total até o máximo da resolução das objetivas de então.

*9-O Equipamento:

Conforme vimos, a quase totalidade dos aparelhos digitais são integrados, isto é, possuem a unidade sensível já embutida no aparelho, e poucos praticamente possuem ópticas cambiáveis. Isto se deve ao fato que a unidade sensível é extremamente sujeita a atrair poeira, (pelas suas características eletrostáticas) e a poeira lhe é destrutiva. Na tentativa de limpa-la, pode o usuário danificar-la irremediavelmente, esta que é a parte mais cara do conjunto.

Um outro detalhe é que a maioria destes equipamentos possui uma unidade sensível comparável a área existente nas antigas câmaras filmadoras de 8mm, as melhores com áreas próximas ao 16mm e conseqüentemente óticas equivalentes às mesmas, como é sabido, a resolução destas é sempre bastante limitada, mormente também pela não intercambiabilidade das óticas, teremos sempre presente uma distorção nas fotos de close e de detalhes, por exigirem outros aditamentos ópticos complementares.

Durante anos os fabricantes sempre atraíram os compradores com inovações e mais inovações, aumentando a gama e o escopo das câmaras analógicas, destinando-as inclusive a usos que V. talvez jamais usaria, com a intenção de oferecer algo que “estivesse” preparado para as mais difíceis ou raras situações. - Subitamente com a introdução da “novidade” digital, são oferecidas câmaras bem limitadas. - Nesta premissa, estão também incluídas as câmaras ditas profissionais que desceram de nível tanto na qualidade construtiva do produto final, como quanto á versatilidade de uso.

Limitações outras podemos verificar: Uma das mais importantes, Todas as fotos com grande angular vinhetam enfaticamente. Isto se agrava na técnica X3. Como as unidades sensíveis são produzidas cilindros ressonantes a ¼ de comprimento de onda, espalhados na placa, na grande angular os raios molham a placa perpendicularmente no seu centro e com fortes ângulos nos cantos. Como as unidades sensíveis ficam no fundo dos cilindros eles recebem pouca ou nenhuma excitação luminosa. Outra propriedade inerente aos CCD ou CMOS é a total insensibilidade às radiações atômicas, Sendo inútil sua utilização em registros de trajetória de ionização  de partículas alfa e beta.

Outras características peculiares são: A não prontidão de disparo, pois uma vez que o equipamento tem que ler e interpretar a situação da cena, esta demora um tempo. A carga e descarga da unidade sensível para formatar o sistema digital para o armazenamento na memória também consomem um tempo que dependendo dos modelos existentes, pode ser de 2 a 9 segundos inviabilizando cenas “cândidas” e a seqüência fotográfica, sendo esta uma das razões pela qual a fotografia digital não ser aceita em perícias judiciais ou policiais como prova documental definitiva

*10-As Limitações:

Conforme vimos no texto, apesar das qualidades alardeadas, existem limitações no sistema digital. Estas limitações inclusive estão presentes nas câmaras profissionais e se assemelham às existentes nas câmaras point and shoot para  amadores, que mesmo assim, possuem um espectro mais amplo na fotografia em geral.  No sistema digital, estas limitações estão no âmago da sua concepção, restringindo seriamente a fotografia técnica e cientifica. Sem enunciarmos as sucessivas alterações de processos de formação da imagem nos últimos 20 anos (softs e hards).  Atualmente temos limites que não permitem sua aplicação em vários usos. Citamos aqui 25 casos mais comuns:

a) Fotografia noturna (em B).
b) Fotografia em baixas luzes.
c) Fotografia astronômica.
d) Fotografia de registro atômico (insensibilidade a radiação).
e) Fotografia de micro detalhes (pelo ruído inerente ao principio).
f) Fotografia em tempo real (há uma demora variável entre a ativação e o disparo)
g) Fotografia rápida e ultra rápida. (paralisação de movimentos).
h) Fotografia seqüencial e burst. (esportiva e de movimentos) *¹
i) Fotografia estroboscopica (com flash seqüencial).
j) Fotografia estereoscopica (com câmaras sincronizadas).
k) Fotografia em grande angular (devido a vinhetaçâo).
l) Fotografia panorâmica por varredura.
m) Fotografia P/B (com riqueza de tons).
n) Fotografia a cores com meios tons.
o) Fotografia em pôster. (com alta definição).
p) Fotografia pontual. (Dot photo).
q) Fotografia pericial. (jurídicas e periciais).
r) Fotografia de reconhecimento. (para uso militar)
s) Fotografia de mapeamento geodésico (aerofotografia)
t) Fotografia de modas (pela dificuldade em reproduzir padrões finos)
u) Falta de lógica evidente para quem esta acostumado a fotografia convencional.
v) Eterna dependência de baterias ou pilhas.
w) Falhas causadas por “tilts e jammings” (emperramento eletrônico eventual).
x) Durabilidade limitada do equipamento.
y) Incerteza na permanência dos cards, soft, e hards necessários para prepetuação do registro.

*¹ Algumas câmaras possuem burst limitado (5 a 8 fotos) depois uma espera de 20 a 50 segundos.
O usuário da câmara digital tem que ser um usuário de computador. Ele passa ter uma impressora etc. O lojista perde um cliente de laboratório, as fotos feitas em casa ficam medíocres, O investimento final é alto, pois o usuário não pode se manter exclusivamente com a câmara. A obsolescência é rápida. Será que todo o investimento compensa?  A experiência e o tempo nos vão demonstrar.

*11- Conjecturas:

A fotografia digital iniciou-se em 1970 e a partir de então ela foi sempre sendo re-estudada e aperfeiçoada .Em 1980 já havia uma certa maturidade técnica, e equipamentos deste tipo passaram a ser utilizados inicialmente em aparelhos médicos,onde não se exigiam elevada qualidade do produto final. Assim como o Vídeo, nos últimos trinta anos , a mesma passou por varias modificações e fotos armazenadas em “chips” de 1970 e 1980 não podem mais serem decodificados pelos equipamentos atuais, perdendo-se o arquivo eletrônico então formado. Por isto, as Entidades que passaram a ter arquivos digitais, têm como norma básica, em cada cinco anos migra-lo para não perde-lo. Apesar das perdas Econômicas e de Memória propriamente dita que o processo acarreta.

O grande consumidor, incentivador e financista das pesquisas no campo digital, é a NASA que os desenvolve para utilização nas naves sonda para pesquisa do espaço exterior. Estas se caracterizam por serem naturalmente caras e descartáveis, e estas propriedades, são tambem repassadas  ao consumidor comum.

No inicio da fotografia, este problema de alteração da tecnologia também era comum, mas as técnicas novas, como as anteriores estavam sempre ao alcance de laboratoristas experientes e ainda hoje existem muitos aficionados amadores e profissionais que seguem operando com estes Processos Alternativos. Hoje porem as técnicas de utilização fabricação e reparo, quando existem, estão muito alem do cidadão, mesmo dos mais experientes e conhecedores, exigindo grande quantidade de equipamentos. 
Outro problema que se evidenciou a partir das câmaras tipo point and shoot, é a vida extremamente limitada do equipamento, propositalmente feito para que o usuário em pouco tempo o troque por um novo. Neste ponto, os Ecologistas já iniciaram um serio movimento contra a obsolescência e vida limitada destes produtos que alem se criarem um lixo não reciclável, agredindo a natureza, voltam a agredi-la com retirada de matérias primas, com a poluição e o proporcional grande consumo de energia presentes no processo produtivo.

Outro ponto de vista importante que deve ser abordado, é lembrar que quando a fotografia digital começou, a fotografia analógica já contava com 179 anos de muita pesquisa e desenvolvimento!  - E a fotografia analógica que produz de imediato? - Uma FOTO!  - Enquanto a imagem digital é intrinsecamente bem mais complexa que a televisão!  Pois não há o “in time” do momento em que se expõe o filme ou se toma a cena de televisão. - Na foto digital, o sensor é ativado, em seguida “varrido” (escaneado), os dados são organizados e armazenados, somente depois são salvos e imigram para um novo sistema que os coleta, ordena e imprime ou sejam, oito operações para cada quadro! No mínimo, pois com sistemas extraordinários de afinamento de grão etc, aumentam ainda mais a quantidade de operações!

Para os lojistas e laboratórios fotográficos, vemos a necessidade de investirem de uma so vez grandes fortunas em equipamentos, com retorno bastante lento e até duvidoso.
-Comparando-se uma mesma faixa de preço:
Uma moderníssima maquina de revelação de filmes (1 HORA) produz de 2000 até 5000 copias por hora; as reprodutoras digitais neste mesmo espaço de tempo não produzem mais do que 30 copias no mesmo espaço de tempo (em Laser). Se usarem papel fotográfico, podem fazer neste mesmo espaço de tempo algo em torno de 1000 copias apenas. Esta peculiaridade do processo acarreta invariável perda da memória fotográfica das famílias, perda do prazer em fotografar e perda de clientes na área de serviços fotográficos.   O cliente se afasta do serviço de reprodução e copias.

O que se vê na verdade é uma maciça propaganda em torno do digital, omitindo-se suas limitações que não são poucas. Lembro que no primeiro ano de lançamento do produto nos Estados Unidos, 1996, 80% das câmaras digitais compradas foram devolvidas aos lojistas! A partir de então o investimento em propaganda de câmaras digitais em relação às de filme esteve num patamar de 38,000% ! (380X) a favor das primeiras! O que acontece? O comprador fica sem opção! O verdadeiro conhecedor esmagado! O lojista sem saber o que fazer! O mercado mundial encolhe, se retrai!  A industria e o comercio tem prejuízos!  Aumenta o desemprego etc. etc.

Em termos de faturamento global, o mercado fotografico internacional se retraiu. Diminuiu seu faturamento global. Quando voltar a se equilibrar, ele será menor, porque o consumidor vai sentir que foi enganado. Assim como vieram e desapareceram em relativamente pouco tempo, os formatos 126, 110, super 8, disc, APS, os quatro primeiros já desaparecidos e o ultimo, com anunciada aposentadoria para o final deste ano, o sistema digital, que a nosso ver é apenas mais um processo alternativo, o que garantirá sua presença no mercado, está atualmente na “crista da onda” mas deverá  achar seu nicho num futuro de acomodação de mercado.

As tecnologias na verdade não tem obsolescência, mas aplicações especificas em determinadas áreas. A propaganda e a desinformação gerada por aqueles que dizem saber, provocam grande confusão e obsolescência comercial. Sempre foi comum na área fotográfica espalhar falsas verdades e erros de conceito. Aqui podemos citar uma serie de técnicas que não se obsoletaram. Entre elas: A roda, o parafuso e a alavanca já citados, a engrenagem, o motor a pistão, o tear o fósforo e o palito não foram substituídos. Os talheres com que V. come são sempre iguais. Assim também o foguete interplanetário e o primitivo busca-pé tiveram a mesma origem. O ultraleve e o dirigível continuam em uso, No campo da eletrônica, o diodo semicondutor de 1903 continua com o mesmo principio, e construção semelhante, e hoje está sendo largamente usado. O lápis, a bússola, o compasso, o telescópio e os óculos seguem os mesmos princípios há séculos, Os amplificadores a válvula continuam insuperáveis tanto para som, como transmissão de radio freqüência e até na tela da imensa maioria dos monitores e aparelhos de televisão.
Sem nenhuma duvida, a fotografia digital tem suas origens na antiga “Radiofoto” usada a partir da 2ª Guerra Mundial, para informação aos correspondentes de imprensa. Utiliza exatamente o mesmo principio de varredura, modulação e transmissão, só que hoje é realizada via Internet (que naquela época não existia). Compartilha dos mesmos princípios de modulação da onda portadora, hoje viajando em linha reta (por usar retransmissão dos satélites), não ficando a mercê das condições de reflexão das camadas da atmosfera e estratosfera. Hoje o processo de modulação é em freqüência modulada (FM) em bandas de freqüência mais elevada, em lugar das antigas transmissões em amplitude modulada AM. É a evolução, mas sem mudanças de princípios.
O que vemos?  O que hoje se usa como “fotografia digital” é apenas parte de uma tecnologia maior onde os conhecimentos se entrelaçam. E como a parte não pode nunca ser maior que o todo, também a foto digital não poderá tecnicamente superar a analógica. É o principio natural.
Veja a natureza. - As plantas, os animais e o homem têm a mesma estrutura básica desde o inicio dos tempos.
Como na verdade não existem a técnica, a certeza e a verdade absoluta, haverá sempre uma complementação entre elas.
A busca do equilíbrio e das boas idéias é o que realmente nos faz progredir. As bases não podem ser destruídas.

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(1) Leia também nosso artigo sobre “Processos Alternativos”.
Em ordem alfabética: Albumen, Ambrótipo, Argrótipo, Azótipo, Bromóleo, Crisótipo, Cibachrome, Cianótipo, Daguerreótipo, Carbro-direto, Duochrome, Ferrótipo, Gelatino-Brometo,Gravura por Foto polimerização, Goma bicromatada, Gomóleo, Holografia, Impressão Litográfica, Impressão Salgada, Novo-Cianótipo, Panótipo, Polaroid, P.O.P., Platinótipo, Paladiótipo, Temperaprint, Vandyke, Ziatipo.

(2) Leia também nosso artigo sobre “Principio da Exposição por Energia Controlada”.
Como se consegue uma foto corretamente exposta?  R - Utilizando-se a exata energia de reação para cada emulsão. (-Revisão do principio das “Zonas” de Ansel Adams em função dos novos filmes de alta sensibilidade).

(3) Leia também nosso artigo sobre “Macro-Fotografia / Micro-Fotografia fácil e simples
       Equipamentos simples e funcionais que tornam a perfeita macrofotografia completamente lógica e automática.

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