Pontes vai ao espaço na  Soyuz,  nave  mais  antiga  e  segura  do  mundo

 

Miguel Bas Moscou, 29 mar (EFE).- A Soyuz, nave formada pelo módulo TMA-8 e pelo foguete FG, e que levará na noite de hoje, horário de Brasília, o tenente-coronel Marcos Pontes ao espaço, é  o modelo de veículo espacial mais antigo, mais seguro e mais econômico do mundo.

Desde que uma espaçonave da família Soyuz realizou seu primeiro vôo, em novembro de 1963, outros 800 aparelhos similares, entre tripulados e automáticos, singraram os céus.

A nave poderia ser chamada, inclusive, de "fusca espacial", por causa de seus 40 anos de serviço e por sua confiabilidade, características similares ao do automóvel da Volkswagen.

Projetistas e astronautas russos e estrangeiros afirmam que a Soyuz continua sendo "a nave
mais perfeita e esbelta de todos os tempos".

De fato, o foguete de lançamento é ainda mais antigo, pois, apesar de ter sido aperfeiçoado com várias modificações, а primeira vista continua sendo idêntico ao lendário R-7, que foi desenhado pelo pai da cosmonáutica soviética Serguei Koroliov.

O R-7 foi o primeiro míssil balístico intercontinental da URSS, depois, em 1957, conduziu ao espaço o Sputnik, primeiro satélite artificial, e em 1961 carregou Yuri Gagarin.

A mudança aconteceu porque a partir do Sputnik os foguetes soviéticos e russos passaram a receber o nome da sua carga, assim o aparelho que levou o Sputnik se chamou Sputnik, e o mesmo ocorre com o da Soyuz.

Somando todas as remodelações, a grande segurança do foguete se baseia na experiência de mais de 1.500 lançamentos bem-sucedidos.

Ele também é o mais ecológico do mundo, pois seus propulsores utilizam querosene e oxigênio liquidificado como combustível e desenvolvem uma potência de 20 milhões de cavalos, que em 8,5 minutos o levam a 450 a 500 quilômetros de altura.

A forma da nave lembra um peâo de xadrez. Entretanto, uma peça de três metros de diâmetro e 46 de altura, que se apóia sobre quatro propulsores laterais, cada um com 20 metros de altura e 2,7 metros de diâmetro.

A nave de três módulos, que é colocada no nariz do foguete sob um casco protetor e que neste vôo tem a bandeira brasileira, completa o veículo.

Na parte superior fica o módulo orbital, onde está o banheiro, a copa e a escotilha de acoplamento.

No meio, em forma de cone, está o módulo de aterrissagem, onde estão os assentos anatômicos feitos especialmente para cada astronauta e que os tripulantes ocupam durante a decolagem e a descida.

Esta é a única parte da nave e do foguete que volta a Terra.

Depois vem o módulo de serviço, que no espaço estende dois painéis solares e que contém as baterias e os sistemas de propulsão e refrigeração.

Na ponta do foguete há quatro propulsores que garantem a segurança durante o lançamento do foguete.

Configurações  dos foguetes tipo carga (Progress) e tripulada (tipo Soyuz) 

 Em 1983, estes aparelhos salvaram a vida de Guerman Titov e de Guennadi Strekalov.

Ao detectar um incêndio durante a contagem regressiva do foguete, o sistema de segurança dispara estes propulsores que catapultam a nave a três quilômetros, altura suficiente para a ativação dos para-quedas.

Os dois únicos acidentes da Soyuz com vítimas ocorreram durante a aterrissagem.

O primeiro, no dia 24 de abril de 1967, aconteceu após a falha de um pára-quedas e custou a vida de Vladimir Komarov, a bordo da Soyuz-1.

O segundo episódio com vítimas fatais aconteceu no dia 30 de junho de 1971, durante o primeiro vôo dа primeira estação orbital Saliut.

 
O mòdulo de aterrissagem despressurizou acidentalmente e provocou a morte de Gueorgui Dobrovolski, Vladislav Vуlkov e Vнctor Patsaiev, tripulaçгo da Soyuz-11.

Desde então, o sistema de pára-quedas  mudou totalmente e o risco de uma eventual despressurização é neutralizada pelo uso das roupas espaciais, que pesam aproximadamente dez quilos. EFE mb fal.

Emblemas da missão Brasileira no Espaço

O tenente-coronel Marcos Pontes ao chegar do espaço

 

                   

               Emblema de Brasileiro no Espaço                         Emblema de Missao Centenário Brasil Rússia

 

Selo comemorativo da viagem do cosmonauta brasileiro

 
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