1.
Comentário Inicial.
Um dos problemas mais comuns com os equipamentos correntes,
principalmente com as câmaras tipo slr, é a
oxidação do pentaprisma ou do espelho móvel,
o que dificulta sobremaneira a visualização da imagem e
deprecia o equipamento.
Visores telemétricos, em câmaras de visor externo,
também sofrem destes mesmos problemas.
Muitos usuários de câmaras antigas que padecem destes
problemas me procuram, pedindo que lhes solucione o problema.
Entre os reparadores de equipamentos, poucos têm
condição de realmente reparar condignamente os aparelhos
que lhes chegam às mãos, e entre estes poucos,
pouquíssimos têm condição de refazer
espelhos, limitando-se a substituírem a peça danificada,
por uma de outra câmara que deu baixa de serviço.
E quando a peça é única? E quando estamos
construindo um protótipo sem similar? Estes
pouquíssimos mecânicos, não se acanham de pedir
altíssimos preços que desencorajam os mais humildes,
desestimulam os pesquisadores, entravam qualquer desenvolvimento.
Outro problema é que estes também se negam a informar
seus procedimentos.
Devido a grande quantidade de indagações e ao interesse
generalizado, organizamos este artigo, que espero, cumpra seu objetivo.
Informar, difundir o conhecimento.
2. Formulas.
Assim, apresentamos três processos de espelhação
com prata que pode ser utilizada em uma infinidade de aparelhos
ópticos.São processos antigos, mas podem ser levados a
realizações domésticas. É também
menos durável que os procedimentos industriais, que implicam em
equipamentos especiais tais como câmara de vácuo e de
evaporação controlada, ligas de alumínio com
pureza controlada etc. Todavia, estes processos aqui
apresentados, por usarem prata, possuem índice de reflectividade
superior aos procedimentos industriais que utilizam o alumínio.
1º Processo.
Este processo foi o comercialmente utilizado até 1939,
época do advento das câmaras de evaporação e
inicio experimental do “coating” em objetivas.
a) Preparem-se as seguintes quatro
soluções:
Solução A
Nitrato de prata
Água destilada
|
20g
500 cm³ |
Solução B
Nitrato de amônio
Água destilada
|
30g
500 cm³
|
Solução C
Potassa caustica pura
Água destilada
|
50g
500cm³
|
Solução D
Açúcar refinado
Água destilada
|
24g
500cm³
|
Após dissolvido, adicione |
Ácido
tartárico |
5,7g |
Ferva a
solução por 10 minutos sempre mantendo-a em vidro para
evitar reação com o recipiente.
Depois de resfriada, adicione: |
Álcool
|
50cm³ |
Complete
com: |
Água
destilada ...... para refazer os |
500cm³ |
b) Modo de utilização:
Misture as soluções A e B em partes iguais; Faça o
mesmo com as soluções C e D.
Misture as duas soluções formadas A+B e C+D.
Nela mergulhe sob forma suspensa, a peça a ser espelhada.
Esta solução espelha vidros ou metais. (cobre, ferro etc).
Dependendo do tempo da peça na solução V.
poderá ter um espelho total ou um espelho parcial, (semi
transparente) na densidade requerida.
Os metais devem estar absolutamente limpos e isentos de graxa, gordura
ou poeira.
A melhor forma de limpar metais é ataca-los previamente em uma
solução de ácido sulfúrico diluído.
Depois lave em água corrente.
No caso de espelhação em vidros, como espelhos moveis ou
prismas, recomendamos sempre uma proteção posterior.
Nos espelhos de superfície, recomendamos a
aplicação de uma gota se silicone dos usados para limpeza
de óculos, pois sua permanência, minimiza o contacto com o
oxigênio da atmosfera e prolonga sua durabilidade. No caso de
prismas que fiquem em contacto com outras superfícies, em
vidro ou metal, (telêmetros) recomendamos a colagem com
epóxi incolor (Araldite para vidros). Em pentaprismas de
câmaras, onde se aproveita apenas o a reflexão interna,
é suficiente pintar a parte externa com tinta de alumínio
ou zarcão cinza.
2º Processo:
Os processos descritos neste item, são bem mais antigos, e
remontam à época da pratica do
Daguereótipo quando os fotógrafos preparavam suas
chapas de metal.
O processo é bastante interessante, e comprovadamente
durável, uma vez que fotos neste processo, obtidas em 1839 a
1850, continuam perfeitas hoje, mais de 165 anos depois. O processo
obtém coberturas de prata bem mais espessas e brilhantes (e mais
caras e trabalhosas) que os processos eletrolíticos hoje
correntes.
Portanto, à chapa de metal, limpa previamente como descrita no
1º Processo,
Aplique-se a solução:
Solução E
Nitrato de
prata
7g
Água
destilada
50cm³
Amônia
gotas – o suficiente para dissolver o precipitado formado.
Potassa
caustica
3cm³
Glicerina
animal
3cm³
Os produtos devem ser adicionados na ordem descrita.
Aplique a solução ao metal.
Adicione algumas gotas de éter.
Esfregue com uma pele macia de carneiro, ou algodão extrafino.
Seque ao fogo o dê polimento.
Repita a operação tantas vezes quantas forem
necessárias para um brilho perfeito.
Soluções alternativas:
Solução F
Nitrato de
prata
55g
Amônia
liquida
60cm³
Tio-sulfato de
sódio
100g (hiposulfito)
Giz em
pó
100g
Água
destilada
1000cm³
Misture, e aplique com uma flanela macia.
Solução G
Nitrato de
prata
6g
Creme
tártaro
12g
Sal de
cozinha
12g
Cianeto de
potássio
6g
Faça uma pasta com água destilada e giz e aplique com uma
flanela.
3. Cuidados Especiais.
Não poderíamos nos furtar em avisar que cuidados
especiais são necessários para manipulação
destes produtos. Enquanto alguns produtos são absolutamente
inócuos, outros podem causar alergia, incomodo, e outros ainda
são extremamente venenosos ou causam queimaduras ou cegueira
permanentes.
O nitrato de prata queima a pele de forma indelével e exige
luvas de alta confiabilidade durante a sua manipulação.
Também dana os olhos de forma irreversível.
O cianeto de potássio é um veneno mortal e sem
antídoto.
O nitrato de amônio, e o amônio propriamente dito,
são intoleráveis quanto ao odor.
A potassa caustica é altamente danosa à pele, e pode
destruir a visão se alguma gota atingir a vista.
Portanto, a manipulação destes produtos exige bastante
conhecimento de pratica de laboratório e ambiente apropriado,
não sendo recomendado a sua manipulação por
pessoal inexperiente.
As soluções devem portanto ser usadas em pequenas
quantidades e bem aproveitadas para que sejam mantidas sob
controle, e delas nos protejamos eficientemente, sem agredir o
meio ambiente.
Desde que V. possua experiência em manipular tais produtos assim
como armazena-los após o uso sem agredir a ecologia ambiental,
ai estão as fórmulas experimentadas e tecnicamente
corretas.