Sistemas
de adaptação para Estereoscopia
1ª
parte A
Por:
Eng. L. Paracampo
Apresentação:
Como se sabe, a
Estereoscopia é muito
anterior a fotografia. Euclides o famoso geômetra
grego do século III, já fazia menções às propriedades do
paralaxe. (eixos que correm paralelos).
Assim que a fotografia foi introduzida como meio comum, foi a ela, imediatamente
aplicado o principio estereoscópico.
A principio, com uma câmara convencional que fotografava o mesmo assunto a
partir de dois pontos de vista, e logo a seguir com câmaras geminadas ou
duplas. Até o ano de 1906 não existiu
outro sistema que não esse. Foi neste ano, então introduzido o processo de
separação para
a obtenção de imagens duplas com apenas uma óptica, de uso prático. Trata-se do
“Spitzer Stereophot”. O seu
concorrente “Sterean”.somente apareceu em 1914.
A Estereoscopia é sem dúvida a mais
alta técnica da fotografia e contrariamente ao Cinema, cuja propriedade se baseia
na Permanência Retiniana
que é uma deficiência da percepção visual. A Estereoscopia se baseia na Acuidade que é uma
percepção Extra Sensorial. Por esta razão, o primeiro é mais popular que o
segundo. Na verdade a Acuidade é uma propriedade previlegiada.
Toda a
geometria por perspectiva, em todos os tempos, se baseou e se baseia nas linhas
de fuga a partir de um só ponto. As propriedades da Estereoscopia e da Perspectiva Estereoscópica foram abordas historicamente por
Euclides quando estava ele ficando cego, da mesma forma que Bethoven escreveu as melhores sinfonias e partituras
enquanto se tornava surdo. Em ambos os casos, a Percepção Extrasensorial substituiu a menos sensível percepção dos sentidos. Na
última parte voltaremos ao tema que é pertinente aos visores estereoscópicos
.
O presente
estudo aborda os Adaptadores Estereoscópicos
e se enfoca nestes. As câmaras estereoscópicas não fazem parte
deste estudo.
Procuramos aqui
esclarecer o princípio de funcionamento destes instrumentos absolutamente necessários
para o perfeito e exato registro da imagem com o necessário fim para a
observação virtual do volume. “A Terceira Dimensão“.
As explicações
aqui contidas são apenas qualitativas e não quantitativas e são destinadas à
percepção do funcionamento destes aparelhos . Nada de
Matemática, apenas Física
e Lógica.
Sistema usual ate 1906
Anuncio da casa I. Steffen de S Petersburgo e Moscou. 1906
Introdução do Stereophot/Stereograph
Anúncios do adaptador “Stereophot” e respectivo visor “Stereograph” 1906.
O Sterean
Anúncios do divisor “Sterean” de
1914
Câmara 9x12 com dorso de filme em rolo e
adaptador “Sterean II”
O modelo II difere de ambos modelos
anteriores pelo fato de ser mais compacto e com potencial para adaptação em
todas as câmaras da
época . - Câmara Rietzchel
Condor.-
Outras tentativas para adaptadores estereoscópicos existiram
previamente.
FORMADOR ESTEREOSCOPICO DE THEODORE BROWN.
Brown desenvolveu varios
tipos de adaptdores estereocopicos no final dos anos
1890. Este, constituído por dois espelhos de superfície, possui molduras em
madeira, e é dobrável para transporte e proteção. Foi o mais prático dentre
todos. Para uso, adaptava-se a frente da objetiva do
aparelho fotográfico. O ângulo dos espelhos era ajustado de acordo com focal da objetiva e
distancia de tomada de cena. A imagem era transposta * e podia ser copiada por contacto,
todavia a esquerda era trocada pela direita. Cada quadro de espelho media 72 x
100mm. O diagrama demonstrado é do livro “Haslucks Book of Photography” pub. 1905 p. 619,
que descreve esta e outras invenções do Sr. Brown.
A foto acima
é a imagem de um dos conjuntos de espelhos construido
pelo Próprio THEODORE BROWN.
Para compreensão do principio de funcionamento dos sistemas virtuais de estereoscopia, damos abaixo o diagrama da trajetória dos raios luminosos nos adaptadores apresentados
Sistema Stereograph / Sterean
Diagrama
Perspectiva
Diagrama
Perspectiva
Comentários:
A figura
abaixo bem demonstra as imagens formadas pelos dois sistemas acima descritos.
Quando V promove rotação
da imagem para impressão, o sistema Stereograph/Sterean resgata o correto posicionamento das imagens,
isto é, V. vê a imagem do olho direito à direita e do olho esquerdo à esquerda,
nas mesmas posições da nossa visão comum, Sem haver necessidade de * transposição. Esta propriedade, somada ao correto
posicionamento da câmara
na ocasião da obtenção da imagem, contribuíram pra o êxito do
sistema.
Observação da imagem
Quadro
comparativo da formação de imagens nos sistemas apresentados e
respectivas rotações das imagens em 180°
Formação da
imagem dupla
Geração e
formação da imagem Vendo-se o entrelaçamento das pirâmides visuais
Diagrama de
formação de imagem por meio de espelhos angulados
Recentemente o Sistema de Theodore Brown foi ressuscitado e encontra uso no cinema, na fotografia digital e em sistemas de canhões eletrônicos de projeção