Sistemas de adaptação para Estereoscopia
2ª parte
Por: Eng. L. Paracampo
Advento do 35mm :
A titulo de ilustração informamos que a primeira câmara de 35mm para estereoscopia foi a Homéos de 1912,
fabricada pela Vérascope-Paris, para o formato
2x-24x18mm. Trata-se de uma câmara dupla portanto fora do contexto deste
artigo.
Duas vistas da Homéos Stereo 1912. Na segunda foto. A mesma tem
adaptada
“Jeu de bonnetes d’aproximation” para distancias de
ate 0.70m
A meta do presente artigo é colocar o leitor a par dos
sistemas de adaptadores estereoscópicos aprovados
para uso geral e está longe de ser um esclarecimento total sobre estereoscopia. Visamos exclusivamente demonstrar o
principio de funcionamento dos melhores sistemas existentes, ignorando a
existência de outros também de uso corrente mas de
qualidade ou resultados inferiores, portanto também, fora dos propósitos do
presente artigo, uma vez que esclarecemos, é este voltado exclusivamente para adaptadores para a estereoscopia.
Conforme observamos o “Stereophot”
e o “Sterean”, iniciaram uma geração de adaptadores
que puderam transformar câmaras convencionais, (de um só objetiva) em câmaras estereoscópicas .Estes adaptadores, bem como os adaptadores
para câmaras de ópticas cambiáveis,
serão o objeto deste nosso estudo.
A
Leica entra em cena:
A famosa câmara Leica é
universalmente conhecida como
primeira câmara para 35mm no formato 24x36mm. Isto não é verdade.
Outras existiram no mesmo formato e para o mesmo filme, bem antes da sua
existência. Na verdade,
O adaptador e sistema “Stereoly”
introduzido em 1931, foi um dos grandes
marcos que conferiu a merecida fama a este produto. Não apenas pelo
pioneirismo, trazendo para o 35mm as imensas disponibilidades da estereoscopia, bem como iniciando uma escola tecnológica
que foi seguida por diversos outros fabricantes, entre os quais, a Kodak fazendo um instrumento extremamente similar para sua
Retina, a Galileo para sua Condor, a KMZ para sua Zorki e a Arsenal para sua Kiev, a Zeiss
(Ikon) para sua Contina e Contaflex I e II, a Zeiss (Jena) para sua Werra, entre outros. Este sistema, destinado a
câmaras de ópticas cambiáveis, passou a se chamar sistema -“O”-prismático -.
Tem como principal vantagem a compacticidade
. como desvantagens, a perda de luz, e a
possibilidade de descolamento dos prismas ou oxidação da cola que os une,
tornando-os inúteis. Além do elevado custo produtivo.
Como vimos, este sistema -“O” prismatico
- que também se iniciou com o “Stereoly”,
apesar de funcionar de maneira análoga aos adaptadores “Stereophot
e Sterean” anteriores, difere destes que possuíam
apenas espelhos de superfície, e passaram a ser chamados de “O” refletentes ou “O”
de espelhos.
Modelo Stereoly I para Leicas I
(A), Leica I
(B), Leica I (C),
e Leica Standard (E),
também nas Ic e If pós guerra. com
objetivas
Anastigmat,
Elmax, Elmar 3.5/50 e Hektor 2.5/50.
Modelo “Stereoly II” para Leica II
(D), Leica III
(F), Leica IIIa (G), Leica IIIb (G), e Leica 250 (FF) ou (GG),
também adáptaveis nos modelos pós guerra IIc,
IIIc, IIf e IIIf .
Acopláveis em
objetivas Elmar 3.5/50, Hektor
2.5/50 e Summar 2/50.
Demonstração do
“Stereoly II”, acondicionamento e peças acopuladoras.
O “Stereoly I”,
difere do “Stereoly II”, aqui
demonstrado, pela altura do braço acoplador
E pela ausência
do visor externo que possuía uma máscara que cobria o visor existente na
câmara.
O Stereoly teve como idênticos sistemas que o seguiram, o Kodak
stereo e o (Ferrania)
Galileo Condor Stereo.
Desenhos dos
livretos de instruções dos Stereo Kodak
e Ferrania Condor Galileo.
No capitulo
correspondente ao desenvolvimento da estereoscopia na
Rússia V. verá os modelos Zorki e Kiev de 2° tipo,
como similares destes aqui apresentados.
Em
Sistema “Stemar” montado em câmara Leica
Conjunto prismático para aumento da base de visão
Vistas do
adaptador estereoscopico “Stemar” fabricado
no Canadá em 1957
Poucas
modificações existiram neste modelo canadense em relação aos dois raros modelos
alemães. Basicamente, as ópticas Elmar de 33mm f4
São
substituídas pelas Elmar 35mm f3.5
Duas visões do
conjunto em suas maletas de transporte.
Vistas gerais
do aparelho “Stemar” Objetiva gêmea, parasol
gêmeo,
sistema de prismas para aumento de base
(paralaxe interpupilar) e visor auxiliar.
Porque a Leica mudou radicalmente seu sistema estereoscópico
para este novo sistema agora
Chamado de “OO”?
Simplesmente porque a Zeiss Ikon lançou em 1936 o fantástico e muitíssimo
superior sistema
“Stereotar “ para sua Contax
.
Este
sistema (Stemar) da Leitz, bem como o Stereotar
da Zeiss IKON, não são propriamente
Adaptadores Esteroscópicos , mas Transformadores Estereoscópicos . Serão estes últimos aqui analisados
por serem acessórios cambiáveis adaptáveis
em câmaras especializadas de
alto nível .
O Stereotar Zeiss IKON será detalhadamente demonstrado por ser
considerado o mais completo e aperfeiçoado sistema já produzido. O conhecimento
deste nos levará a conhecer os demais.
Vamos aqui definir
“Adaptador Estereoscópico” :
–Acessório que
sobreposto a uma câmara fotográfica sem nenhuma modificação prévia, proporciona
um processo para visualização da imagem formada em três dimensões.
A titulo de fundamentos damos abaixo os diagramas dos sistemas Leitz para que V. S.
possua elementos comparativos de avaliação.
Todos os processos demonstrados possuem sistemas de observação com
visores e por sistemas de projeção, todavia o presente trabalho demonstrativo
se prende exclusivamente aos sistemas de toma sendo os demais assuntos,
extrapolação da presente orientação.
O sistema “Stemar” é em tudo similar embora não tão completo
quanto ao “Stereotar”.
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Como funcionam os sistemas :
Os diagramas abaixo demonstram: O funcionamento do Stereoly em sua única posição, (na primeira figura) e
do Stemar, este de duas formas: A mais de
Comentário:
O Stereoly
possui a vantagem de fornecer as imagens nas posições corretas enquanto o Stemar inverte as posições relativas, exigindo
posterior transposição para a correta visualização. No último
capitulo descreveremos a visualização de ambos sistemas. Propicia porém a
vantagem de fotografias em distancias próximas com o auxilio de lentes de
aproximação, estas todavia (no sistema Leitz) com
dificuldades no enquadramento devido a ausência de visores especiais.
No Stemar usa-se um prisma com base interpupilar de 75mm o que proporciona um efeito ligeiramente Hiperestereoscópico (pontos de observação mais afastados que os olhos humanos)