Stenoptik
A Optica Estenopéica

 

I O conjunto Stenoptik

Instruções gerais de uso

O conjunto é fornecido com:

*) Uma objetiva estenopeica, com rosca M39X1 com duas tampas para adaptação em câmaras do tipo FED Zorki ou Leicas e um anel transiente M42-M39X1 para utilização em câmaras tipo Zenit Praktica, e todas as demais M42X1. Através de Anéis adaptadores "Jolos", o sistema pode ser utilizado praticamente em qualquer câmara de óptica cambiável.

*) Um visor auxiliar para fotos de longa duração, do tipo quadro aéreo adaptável em câmaras que possuem sapata porta acessórios. Destina-se a verificar o campo abrangido pelo "pinhole".

*) Um calculador de exposição de dupla face para ser usado com qualquer fotômetro manual e/ou quantidade de pulsos de flash.

Emprego

É extremamente simples a sua utilização. Ao empregar o Stenoptik em sua câmara V. sentirá de imediato o fascínio da fotografia. V. sentirá em V. mesmo a foto ser formada, V. se sentira um pioneiro. V. estará no comando da fotografia. Não será dominado pela câmara como usualmente acontece. V. fará uma fotografia.

A) A objetiva estenopeica coloca-se no lugar da óptica normal e usa-se como qualquer óptica cambiável. A câmara é utilizada sem modificações. As tomadas de cena devem ser sempre realizadas de modo convencional (sempre em T), porém com tripé ou qualquer outro estativo que mantenha a câmara perfeitamente segura.

B) Usa-se fotômetro de mão para determinar a exposição necessária. Calibra-se o fotômetro com o valor ISO do filme utilizado e verifica-se na cena a ser tomada, o tempo que seria empregado no obturador se o diafragma fosse 22. Anota-se o tempo, Transfere-se este par de valores para o calculador fornecido e V. terá o novo tempo de exposição que deverá ser empregado. (em D lê-se o tempo para câmaras telemétricas tipo Zorki e em Z para câmaras reflex tipo Zenit)

O visor externo é utilizado para mostrar os limites visuais de campo tomados pela Estenóptica. Uma vez que o visor de sua câmara não funcionará normalmente.

Recomendamos o uso de um propulsor de cabo com trava, nas câmaras desprovidas de T.

II Funcionamento do furo estenopeico

"qualquer objeto possa ser fotografado pelo fato de que qualquer ponto da sua superfície emite raios de luz (própria ou refletida). Leonardo da Vinci cita: "feixes de luz vem de uma construção uma praça ou o campo, desde que iluminados pelo sol".

Consideremos um ponto P e uma superfície S, aparentemente na parte posterior de uma caixa de madeira: o ponto P faz parte da superfície do objeto, é o centro de um feixe de raios que serão interceptados na superfície S.

Ao interpormos um anteparo com um furo circular, notamos que:

Os raios de cor verde vêm a ser bloqueados pelo obstáculo interposto;

 

Os raios de cor azul atravessam o furo, aparecendo no ponto P como um círculo chamado de círculo de confusão;

Os raios de cor vermelha atingem também a superfície S, mas somente após serem refletidos pela superfície cilíndrica do furo criando apenas confusão na superfície S.

raios de cor azul                                               raios de cor azul

No caso de um bordo de furo com aresta viva significa que a sua superfície interna é cônica e não cilíndrica, desta forma teremos eliminado a confusão gerada pelos raios refletidos, mas permanece agora a confusão criada pelas eventuais interseções dos círculos c e c’ representados pelos pontos P e P’ que são muito próximos. Portanto, o furo estenopeico deve ter um perfil cortante similar ao das arestas de corte das laminas de bar- bear.

Sua forma deve ser também a de uma esfera, pois esta facilita a obtenção de extremidades aguçadas. O diâmetro ideal é função da distância focal desejada e sua forma final (redonda, elíptica, ou poligonal) influirá diretamente na definição e aparência final da imagem. O circulo perfeito, introduz as menores aberrações ópticas ao sistema.

Observações e experiências

Aqui definimos uma série de termos empregados na fotografia por óptica convencional ou na estenóptica:

1) distancia de toma:

É a distância d do centro do furo O até o objeto fotografado AB. Observemos que com o aumento desta distância, na superfície S, aumenta o campo de cena, e assim também a grandeza do objeto AB que sevai fotografar.

2) distancia principal:

É a distância c do centro do furo O da superfície S, sobre a qual vem registrada a imagem A’B’.

3) escala da imagem:

É a relação entre a distância A’B’ medida sobre a imagem e a correspondente distância AB medida sobre o objeto a ser fotografado. Na presença de objetos planos e paralelos à superfície S, podemos dizer que a escala da imagem é dada pela relação c/d entre a distância principal e a distância de tomada de cena (equivalência entre os triângulos AOB e A’OB’).

4) circulo de confusão:

É a interseção com a superfície S, dos raios projetados no ponto P. Torna-se evidente que a nitidez de uma imagem é tanto maior quanto menor o diâmetro do círculo de confusão, diâmetro este que resulta diretamente proporcional ao diâmetro do furo e inversamente proporcional à distância do objeto fotografado.

5) profundidade de campo:

É a distância entre o ponto mais próximo à câmara e o mais afastado para o qual o diâmetro do círculo de confusão resulta igual ou inferior ao valor máximo passível de aceitação.

6) profundidade de foco:

É a distância entre as posições da tela mais próxima ao furo e a mais afastada, pelas quais o valor máximo do diâmetro do círculo de confusão dos pontos projetados resulta iguais ou inferiores ao valor máximo passível de aceitação. No caso do furo estenopeico, não existe plano focal como no caso de uma lente, portanto não é lógico falar de profundidade de foco, mas aqui frisamos o assunto com o intuito de sublinhar a profundidade de foco infinita do furo estenopeico.

A industrialização com a massificação de produtos de baixa qualidade faz com que estas interessantíssimas artes sejam esquecidas, pois o desejo das grandes empresas se resume, além da eliminação dos pequenos produtores, na obtenção de altos lucros através da desinformação pela propaganda enganosa e o cultivo da ignorância entre os potenciais consumidores evitando que estes sintam ou pensem para que não possam exercer o poder da escolha acertada. A firma Novacon leva um pouco desta arte, privilégio de poucos favorecidos aos tão pouco servidos consumidores de nosso país, e até do mundo inteiro.

III Como utilizar o calculador Stenoptik

Ao utilizar a objetiva Stenoptik, recomendamos o uso de um fotômetro manual.

Neste caso, este se utiliza normalmente, graduando-o na respectiva sensibilidade do filme em uso (neste caso, ISO-GOCT 80 / DIN 20).

Lê-se a luz ambiente, dada pelo fotômetro, e transfere-se o par de valores obtidos, e lidos na escala do diafragma 22 do fotômetro, para o calculador Stenoptik.

Leitura do fotômetro (f22 por 1/30)

Assim, lê-se o valor indicado pela seta referencial indicada na figura, e...

 

 

Calculador de luz ambiente

 

... Transfere-se para o calculador o valor obtido.

Lê-se na seta respectiva o tempo necessário para uma correta exposição.

As setas deste calculador indicarão o tempo necessário para a correta exposição em câmaras tipo Zorki/FED ou Zenit conforme o caso da câmara em uso.

Nota técnica:- Correção dos Tempos de Exposição:

Nota técnica:- Correção dos Tempos de Exposição:

V. poderá observar na escala do calculador Stenoptik a não linearidade da escala a partir de 1 seg. isto è devido a falha de reciprocidade apresentada pelas emulsões sensíveis. Esta nova correção é devida a compensação necessária oriunda da não linearidade dos filmes em tempos longos.

Como observamos, a fotografia estenopeica requer longos tempos de exposição. A partir de 1 segundo, a exposição deve ser corrigida de acordo com a falha de reciprocidade e de linearidade do filme conhecida como "Efeito Schwarzschild". O método corriqueiro seria abrir a objetiva. Todavia isto não é possível em câmaras estenopeicas. Assim resta-nos unicamente corrigir o tempo de exposição. A tabela abaixo nos da os números corrigidos para a maioria dos filmes P&B. (e especificamente, o Agfa Pan 100 (APX 100).

O calculo destes números é fornecido pela formula de "Dieter Lefeling":

tc = 0.1*(10*tm)^(1/(1 - log 2))

(onde tc é o tempo corrigido, tm é o tempo medido, e log 2 o logaritmo de 2 na base 10).

{tc igual 0,1 multiplicado por 10 tm elevado a potencia 1 dividido por 1 menos log 2}

[ log 2 = 0,30103 ]

Em fotografias com luz relâmpago:

Introdução:

Neste parágrafo daremos uma introdução de como usar o Stenoptik em fotografias com iluminação relâmpago (flash).

O principio é simples, mas necessita um pouco de observação para que possamos sentir o real funcionamento da fotografia estenopeica com o uso de relâmpagos.

O principio da fotografia estenopeica fundamenta-se na energia cumulativa, propriedade que é inerente aos filmes fotográficos. Ressaltamos que na fotografia digital, a foto de longa exposição em baixíssimas luzes é quase impossível, pois o "ponto digital" (pixel) para ser ativado exige uma energia mínima inicial e como no sistema estenopeico esta energia tomada do ambiente não possui a energia mínima para deflagrar o pixel, a imagem não é formada.

No caso de uso de relâmpago eletrônico, um interessante fenômeno acontecerá.

Haverão pontos excitados, outros não, causando uma imagem no mínimo surrealista.

Funcionamento:

Após esta introdução, acreditamos que o leitor tenha feito analogia da fotografia estenopeica com um tanque d´água que seria constantemente enchido às gotas.

Bem, ao usar-se o flash eletrônico, as coisas funcionam de maneira semelhante, mas como se V. enchesse este tanque com xícaras de café.

Assim elaboramos o Pinhole Pulse Flash (calculador estenopeico para flash), que funciona de modo extremamente simples.

Uso:

No círculo interno existe um ponto de referência:

Para quando o Stenoptik estiver conjugado a uma câmara Zorki/FED/Zenit/Kiev sejam telemétricas ou reflex.

Apõe-se a seta respectiva de acordo com a montagem do conjunto Stenoptik /câmara ao numero guia do flash usado, e imediatamente na escala métrica vê-se o numero de relâmpagos necessários para uma boa fotografia. Isto corresponde às distancias em que se situa o flash (fonte de luz) ao objeto principal - Preferencialmente a 2m

Fotografias estenopeicas com flash só se realizam em circunstancias especiais.

Devido à limitação de entrada de luz imposto pelo principio utilizado, as fotos estenopeicas devem preferencialmente ser realizadas em interiores onde haja reverberação (reflexos naturais) da luz.

Podem também se realizar em exteriores. Neste caso, Faz-se inicialmente a fotografia de exterior no sistema convencional, mas usam-se dois pontos a menos de tempo indicado pelo fotômetro e Pinhole Calculator. A fotografia completa-se com o Flash usando-se um ponto a menos da escala de referencia dada pelo Pinhole Pulse Flash para a escala métrica (distancia da fonte de luz ao objeto principal) - Numero de relâmpagos necessários.

Nestas condições tornaremos o fundo mais escuro e o objeto principal brilhante para que ressalte da foto obtida.

Note-se que para melhores resultados a fonte de luz deve ficar nas cercanias de 2m do objeto a ser enfatizado.

Efeitos fantásticos de pessoas transparentes poderão ser feitos com esta técnica, utilizando a dupla exposição. Uma de longa duração do cenário e outra de flash após o posicionamento do modelo. A experiência lhe trará muitos encantos.

Nota:

Se seu flash não possui n° guia V. pode determiná-lo.

Ao verificar a tabela de exposição de seu flash, V. escolherá qualquer distancia que dê o valor de diafragma. Exemplo: Para um determinado ISO/GOST , aos 3m é recomendado o diafragma 5,6. Então o n° guia será 3 X 5.6 = 17 (aproximadamente).

IV Fotografia Estenopeica

- O que é,

- Histórico,

Introdução

A fotografia Estenopeica comumente conhecida por "pinhole" é a fotografia sem lente. Um minúsculo furo substitui a lente. Através da passagem da luz por uma pequena abertura, (furo); uma imagem é formada na câmera.

Nota do Tradutor:

"Pin-hole" significa furo de agulha (ou ponta) . O termo correto em português seria "Estenóptica".

Portanto, Câmara Estenopeica ou Fotografia Estenopeica; que prescinde da lente.

Óptica sem uso da refração, portanto Estenóptica.

Stenos do grego Stenos = estreito, apertado.

Abreviação: EO.

As câmeras "pinhole" podem ser de qualquer tamanho; improvisadas ou meticulosamente projetadas. Existem câmeras feitas de conchas do mar, outras com caixas de aveia, latas de refrigerantes ou recipientes de biscoitos, ao menos uma existe feita a partir de uma

geladeira encostada . Câmeras podem ser também feitas com peças moldadas e construídas a partir de finas madeiras de lei, construídos de metal com fole e de uma série de "pinholes" múltiplos. Usaram-se até vagões de trem como câmeras "pinhole" - e grandes quartos em edifícios. Basicamente uma câmera "pinhole" é uma caixa, com um furo minúsculo em uma extremidade e película ou papel fotográfico na outra. Veja parte histórica.

As câmeras "pinhole" são usadas em divertimento, em arte e em ciência.

Com o "Stenoptik", levamos a V. a fotografia experimental, onde novos horizontes serão abertos.

Projetar e construir e usar câmeras estenopeicas são um grande divertimento. Criar imagens com câmeras que você mesmo construiu é um prazer ainda maior. Mas nesta classe de fotografia, justamente um dispositivo de imagem latente, possui vantagens e limitações, características especiais e potenciais. Fazendo-se uso de uma câmera bem construída, imagens de grandes potenciais podem ser produzidas. Algumas destas imagens não poderiam jamais ter sido produzidas através uma lente. Ao saber usar.V. terá um novo horizonte a sua disposição. As fotografias de grande angular, são o ponto forte das ópticas "pinhole".

Características

As imagens de "pinhole" são mais suaves- menos nítidas - do que os retratos obtidos com uma lente. -As imagens têm profundidade de campo quase infinita. Isto jamais será conseguido com qualquer outro tipo de óptica. -As imagens em grande angular permanecem absolutamente rectilineares. -Por outro lado, as imagens do "pinhole" sofrem de uma aberração cromática maior que as realizadas com uma lente simples, e toleram pouca ampliação.

As exposições são longas, variando desde meio segundo a diversas horas. As imagens são expostas em película ou papel - negativo ou positivo; preto e branco, ou a cores. Porém não existem dificuldades em fotografar com "pinhole". Alem da lente instalada na câmara, é claro, use o fotômetro de mão e o calculador VERTEX que acompanha o conjunto.

Molusco nautilus

Desenho de Arthur Willey ca. 1900

 

O sistema ótico do "pinhole", não é apenas usado na fotografia. Há um animal na natureza que usa um sistema similar - o molusco Nautilus . Cada um de seus olhos possui uma abertura de diâmetro variável - a abertura pode ampliar ou diminuir. No desenho abaixo , originalmente reproduzido num livro publicado por Arthur Willey em 1900, o olho é a abertura oval à direita da parte superior.

História

Observações e experiências

Os princípios ópticos básicos do "pinhole" são comentados em textos de escritores chineses do século V AC. por experiências que provavam que a luz viaja em linha reta. O filósofo Ti Mo (e mais tarde Mo Tsu ) foi o primeiro – (que conhecemos) – a notar a formação de uma imagem invertida com um "pinhole" em uma tela. Ti Mo estava consciente que os objetos refletem a luz em todos os sentidos, e que os raios luminosos vindos da parte superior um objeto, ao passar através de um furo, reproduziam a parte inferior de uma imagem (Hammond 1981:1). De acordo com Hammond, não há nenhuma outra referência a câmera obscura em textos chineses até o do século IX DC, quando Tuan Cheng Shih se refere à formação de uma imagem em um pagode. Shen Kua mais tarde corrigiu sua explanação sobre a formação da imagem. Chao-Lung, discípulo de Yu, no século X usou os pagodes como modelos para fazer imagens de "pinhole" em uma tela. Entretanto, nenhuma teoria geométrica resultou destas experiências e observações (Hammond 1981:2).

No hemisfério ocidental Aristóteles (quarto século AC) comenta na formação da imagem do "pinhole" em seu livro "Problemas" . No livro XV, 6, pergunta: "por que quando raios de sol passam através de furos quadrangulares, sua luz não produz uma figura quadrada, mas na forma circular? [... ] "no livro XV, 11, pergunta mais: "por que num eclipse do sol, se alguém olhar através de uma peneira ou a se a remover completamente, se olhar através das folhas de uma arvore de folhas grandes ou se ao juntar os dedos de uma mão sobre os dedos da outra, os raios que alcançam a terra dão formas de sombras em "quarto-crescentes"? É pela mesma razão que quando a luz brilha através de um pequeno furo retangular, este parece circular e projeta-se na forma de um cone? [... ] "(Aristóteles 1936:333,341). Aristóteles não encontrou nenhuma explanação satisfatória para suas observações; o problema permaneceu sem solução até o século XVI (Hammond 1981:5).

Al-Haytham-Haytham, àrabe de Ibn, físico e matemático, também conhecido como Al-Hazen , fez experiências com a formação de imagens no século X DC. Arranjou três velas em uma fileira e pôs um anteparo com um pequeno furo entre as velas e a parede. Observou que imagens eram formadas somente por meio de pequenos furos e que a vela à direita fazia uma imagem na parede à esquerda. De suas observações comprovou a linearidade da propagação da luz. (Hammond 1981:5).

Nos séculos seguintes a técnica do "pinhole" foi usada por cientistas óticos em várias experiências.

A Renascença e a Pos-Renascença

No Renascimento e nos séculos anteriores o "pinhole" foi usado principalmente em fins científicos, na astronomia e, em conjunto com uma lente, como um poderoso auxiliar de desenho para artistas e pintores.

Leonardo da Vinci (1452-1519) descreve a formação da imagem do "pinhole" em seu Codex Atlanticus (Vinci, Leonardo, biblioteca Ambrosiana, Milão, Itália, Recto A do fólio 337), e Manuscript D (manuscrito D, Vinci, Leonardo, Institut de France, Paris, fólio 8). Estas descrições, entretanto, permaneceram desconhecidas até que Venturi as decifrou e as publicou em 1797. A seguinte tradução do Codex Atlanticus, no alemão, foi feita por Eder (1905:27): de " Wenn die Fassade eines Gebäudes, oder ein Platz, oder eine Landschaft von der Sonne beleuchtet wird and man bringt auf der gegenüberliegenden Seite in der Wand einer nicht von der Sonne gotroffenen Wohnung ein kleines Löchlein an, so werden alle erleuchteten Gegenstände ihr Bild durch diese Öffnung senden und werden umgekehrt erscheinen". [1]

Em 1475 o matemático e astrônomo do renascimento Paolo Toscanelli colocou um anel de bronze numa abertura na parte superior da catedral de Florença, atualmente ainda no local. Em dias claros uma imagem do sol é projetada através desta abertura no assoalho da catedral. Ao meio-dia, a imagem do sol ilumina a "marca do meio-dia" no assoalho. A imagem e a marca do meio-dia foram usadas para se saberem as horas (Renner 1995:6).

Em 1580 no observatório do Vaticano em Roma, astrônomos do Papa usaram um "pinhole" e uma marca do meio-dia similar à anterior, para provar ao papa Gregório XIII que o equinócio da primavera caia incorretamente em 11 março em vez de ser em 21 março. Dois anos mais tarde, após uma cuidadosa avaliação, o papa Gregório XIII corrigiu o calendário Juliano anexando mais 10 dias, assim criando o calendário Gregoriano (Renner 1995:7).

Giovanni Battista della Porta (1538-1615), cientista de Nápoles, foi considerado por muito tempo como o inventor da camera obscura por causa de sua descrição da câmera sem lente na primeira edição de sua obra de Magia Naturalis (1558). Sua descrição recebeu muita publicidade, assim como suas apresentações da camera obscura.

O primeiro retrato de uma camera obscura foi possivelmente um desenho publicado em De Radio Astronomica et Geometrica de Gemma Frisius’ (1545). O astrónomo Gemma Frisius, usou o "pinhole" em seu quarto escurecido para estudar o eclipse solar de 1544. O termo "camera obscura" ("quarto escuro") foi inventado por Johannes Kepler (1571-1630). Em seu tempo, o termo significava quarto, barraca ou uma caixa com uma abertura estenopeica ou uma lente. Eram usadas pelos artistas para se obterem exatos contornos das imagens e paisagens.

A lente tornava a imagem mais brilhante e focalizada em uma determinada distância. Assim este tipo de câmera diferia da camera obscura estenopeica usada por Frisius em 1544. Em 1620s Johannes Kepler inventou uma versão portátil da camera obscura. Utilizadas como dispositivo para perfeitos desenhos, foram logo produzidas em muitas formas e tamanhos empregando-se inclusive em suas formas construtivas, os mais variados estilos artístico-decorativos . Foram usados por conceituados artistas e por pintores amadores.

Durante o século XIX diversas cameri obscuri de grandes dimensões foram construídas, servindo como pontos de instrução e de entretenimento. A introdução da lente menisco, superior à lente bi-convexa, melhorou a qualidade das imagens obtidas por projeção. Diversos edifícios ou torres com cameri obscuri até hoje continuam existindo: A Camera Obscura na Sede Real de Edimburgo ; a câmera da Grande União em Douglas, ilha de Man; a do Observatório de Clifton em Bristol, Inglaterra; a de Portmeirion, Gales do Norte; a Câmera Gigante em Cliff House, em São Francisco; a de Santa Monica, ambas na Califórnia, a câmera do monte Oybin na Alemanha, e outras . Algumas cameri obscuri de grandes dimensões foram também construídos no século XX .

As Primeiras Fotografias Do Pinhole

O David Brewster , cientista escocês, em 1850 foi o primeiro a fazer fotografias com "pinhole". Inventou também a palavra "pinhole", ou o "pin-hole" com um hífen, que usou em seu livro The Stereoscope , publicado em 1856. Joseph Petzval usou o termo " camara naturalis " em 1859, já Dehors e Deslandres, mais tarde em 1880, propuseram o termo "fotografia stenopaica". Hoje em francês "sténopé" é o termo usado para o "pinhole" do inglês. No italiano a câmera de "pinhole" é chamada de "una fotocamera con foro stenopeico ". Assim em português e espanhol existem o termo vernacular estenopeico. Em alemão são usados "Lochkamera" e "Camera". As línguas escandinavas tendem a usar o "pinhole inglês" como padrão – embora "hullkamera"/ "holkamera"/ "hålkamera", e até " camera obscura " são também encontrados..

William Crookes, John Spiller e William de Wiveleslie Abney, todos na Inglaterra, foram outros fotógrafos pioneiros a tentar a técnica do "pinhole". As fotografias mais antigas de "pinhole" foram feitas provavelmente pelo arqueólogo inglês Flinders Petrie (1853-1942) que durante suas escavações no Egito em 1880. duas de suas fotografias são reproduzidas em Renner (1995:39,40). Deve-se notar que a câmera de Petrie teve uma lente simples a frente do pinhole.

Pictorialismo e Fotografia de "pinhole" popularizada

Por volta do inicio dos anos de 1880 o movimento impressionista na pintura exerceu alguma influência na fotografia. As diferentes escolas ou tendências se evidenciaram na fotografia. "a escola velha" acreditou no foco nítido e em lentes boas; "a escola nova", ou os "pictorialistas" , foram tentados a conseguir aquele ar simbólico das pinturas. Alguns dos pictorialistas experimentaram a fotografia de "pinhole". Em 1890, a fotografia de "pinhole" de George Davison A Velha Fazenda (chamado mais tarde O Campo da Cebola ) ganhou o primeiro premio na exibição anual da sociedade fotográfica de Londres. O premio foi controvertido e conduziu a um cisma na Sociedade Fotográfica de Londres (logo se transformando na Real Sociedade Fotográfica) e resultou na formação do conhecido

grupo pictorialista, "Linked Ring" . O retrato de George Davison é reproduzido em Renner (1995:42), e em alguns historias da fotografia, como por exemplo A História da fotografia de Michael Langford (Oxford: Focal Press 1992. p. 106), A Imagem Mágica. O Gênio da Fotografia , editado por Cecil Beaton e Gail Buckland (Londres: Livros Pavilion Ltd. 1989. p. 79), e Uma Historia no mundo da fotografia de Naomi Rosenblum (Nova York: Imprensa de Abbeville, p. 310).

Em 1892 o dramaturgo sueco August Strindberg iniciou experimentos com "pinhole". Uma centena de fotos de Strindberg estão preservadas.

A foto de "pinhole" tornou-se popular em 1890. muitas câmaras foram produzidas e vendidas na Europa, Estados Unidos e Japão. 4000 câmaras deste tipo foram vendidas só em Londres em 1892.

Estas câmaras tinham o mesmo nível das descartáveis de hoje, portanto, nenhuma destas "Photomnibuses" foram preservadas para os colecionadores de hoje. Alguns anos antes, uma empresa americana realmente inventou a câmara descartável do tipo "pinhole", chamava-se "O Fotografo sempre pronto" e consistia de uma placa seca de vidro um "pinhole" em folha de estanho e um fole dobrável. Outra empresa americana vendia a "Câmara Pinhole Brilhante" que incluía 6 placas, químicos, bandejas, um quadro para se por uma foto e um papel vermelho que servia de luz de segurança. A primeira câmara tipo "pinhole" comercial foi a de Dehors e Deslandres vendida na França em 1887. Esta tinha três pares de furos estenopeicos apostos num disco rotativo. Figuras destas câmaras poderão ser vistas no livro de Renner (1995:43)

Ótica estenopeica,

anel adaptador M39/M42

e visor auxiliar

 

 

Stenoptik montado em

Zenit TL-E e em FED 5M

 

 

Stenoptik montado em Zorki 3, Zorki C e Zenit C

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Stenoptik montado em Leica M3 e Pentax Spotmatic

 

 


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