A Estereoscopia no Brasil 1839/1939
Tese apresentada por Luiz Paracampo No VIII Congresso da Historia da Fotografia
Buenos Aires 7, 8 e 9 de Novembro de 2003
O trabalho aqui apresentado, tem como fontes principais de referencia, as magníficas obras de: A Estereoscopia no Brasil de José Inácio Parente e o Brasil na Fotografia Oitocentista de Pedro Karp Vasques.
A estereoscopia é a mais nobre das técnicas fotográficas. Baseia-se na visualização de um objeto a partir de dois pontos de observação próximos, que chamamos de paraaxiais isto é, com "eixos vizinhos". Estereoscopia é também uma palavra composta de nomes gregos stereo e skopia que significam ”visão em volume”.
As primeiras referências que temos sobre a percepção visual em volume, são atribuídas a El-Hazem, Archimedes, e Leonardo da Vinci. Todavia, foi apenas no século IXX, pouco antes do anúncio da fotografia, que Sir Wheatstone, demonstrou física e praticamente O fenômeno da estereoscopia,(1833). Coube também ao inglês Sir David Brewsrer a invenção do estereoscopio prismático (1844) que popularizou e difundiu a estereoscopia no século IXX, -0 diagrama da figura 1 bem demonstra o princípio da formação da imagem estereoscopica a nossos olhos e nossa percepção.
A estereoscopia era e é a grande vida da fotografia, e ate os anos 1900, poderíamos até afirmar que no mundo a difusão e o interesse pela estéreo fotografia foi maior do que o da fotografia comum, existindo um sem número de empresas dedicadas à comercialização de cartões postais fotográficos com vistas estereoscópicas as mais variadas.
Entre estas empresas, poderíamos citar a London Stereoscopic Society ,a The Stereoscopic Company na Inglaterra, a Jules Richard de Paris que popularizou o sistema Verascope, e companhias americanas como a H.C. White e a Keystone View Co. que após varias transformações, é a única remanescente em nossos dias. O ultimo ano do nosso período, 1939, presenciou o lançamento do mais popular dos sistemas estereoscópicos hoje conhecido.- O sistema de discos “View – Master”.
Apesar do Brasil estar no pioneirismo da fotografia com os trabalhos de Hercules Florence e termos D. Pedro II como grande fomentador das artes fotográficas, a estereoscopia só chegou ao Brasil em 1855 com Evert Henry Klumb, que se tornou professor de fotografia da Princesa Isabel , e trabalhou para a corte até 1880. Em menor ênfase, outros fotógrafos também cooperaram neste início para o nosso acervo histórico estereoscópico. São eles: H. L. Hehl e outros tais como, F. Basto, Alfredo E. Santos, Archanjo Sobrinho, J. J. Kilelea. E posteriormente Rodrigues & Co, Otavio Mendes de Oliveira Castro, Guilherme Santos, entre outros. Como curiosidade e ao mesmo tempo conotação histórica, também citamos o Conde de Agrolongo o industrial português José Francisco Correia que difundiu o conhecimento da estereoscopia a grandes massas através de figurinhas e cartões distribuídos nos “Cigarros Veado” de sua manufatura.
As fotografias da primeira parte demonstram os trabalhos dos primórdios.
Convento dos Barbadinhos e Igreja de São Sebastião, a primeira igreja construída pelos portugueses no morro do Castelo em 1583 , Rio de Janeiro c 1855
Revert Henrique Klumb Papel Albuminado sobre cartão. Acervo da Biblioteca Nacional
A cidade. Largo do Paço, cais Pharoux, fonte e ilha das Cobras, Vista tomada do Observatório do Morro do Castelo. Rio de Janeiro c. 1860
Revert Henrique Klumb Papel Albuminado sobre cartão. Acervo da Biblioteca Nacional
Fortificações das Ilha das Cobras, Embarcações no cais Pharoux e Pão de Açúcar ao fundo. Rio de Janeiro c. 1860
Revert Henrique Klumb Papel Albuminado sobre cartão. Acervo da Biblioteca Nacional
Escola Militar Vista tomada do alto da torre da Igreja de São Francisco de Paula. Rio de Janeiro c. 1870
Revert Henrique Klumb Papel Albuminado sobre cartão. Acervo da Biblioteca Nacional
O centro da cidade.Vista tomada do alto da torre da igreja de São Francisco de Paula. Rio de Janeiro c. 1870
Revert Henrique Klumb Papel Albuminado sobre cartão. Acervo da Biblioteca Nacional
Fonte do Largo do Paço. Rio de Janeiro c. 1870
Revert Henrique Klumb Papel Albuminado sobre cartão. Acervo da Biblioteca Nacional
Hotel Pharoux. Rio de Janeiro c. 1870
Revert Henrique Klumb Papel Albuminado sobre cartão. Acervo da Biblioteca Nacional
Fonte da Carioca e Convento de Santo Antonio .Rio de Janeiro c. 1870
Revert Henrique Klumb Papel Albuminado sobre cartão. Acervo da Biblioteca Nacional
Palácio Imperial no Largo do Paço, Rio de Janeiro c. 1870
Revert Henrique Klumb Papel Albuminado sobre cartão. Acervo da Biblioteca Nacional
Panorama do morro do Castelo com vias populares, Rio de Janeiro c. 1900
Rodrigues & Co. Editores. Cartão fotográfico. Acervo Arquivo Nacional
Panorama visto do morro do Castelo, Igreja de São José, Largo do Paço Ilha das Cobras, Rio de Janeiro c. 1900
Rodrigues & Co. Editores. Cartão fotográfico Acervo Arquivo Nacional.
Arcos da Lapa com bondinho de tração animal Rio de Janeiro c. 1900
Rodrigues & Co. Editores. Cartão fotográfico. Acervo Museu da Cidade
Passeio Público .Rio de Janeiro c. 1910
Rodrigues & Co. Editores. Cartão fotográfico Coleção Eveline Monte-Mor
Praia do Canto do Rio, Icaraí, Niterói c. 1910
Cigarros Marca Veado (editores) Cartão fotográfico. Coleção Roberto Menezes de Moraes
Passeio na Avenida Central, Rio de Janeiro c. 1915
Keystone View Company, Estados Unidos, Gelatina sobre papel colado em cartão. Coleção Benedito Lima de Toledo
Avenida Central, trecho do club de Engenharia Rio de Janeiro c. 1915
Anônimo, Cartão fotográfico, Coleção Henrique Lins de Barros
Palácio Monroe. Anônimo Cartão fotográfico. Acervo Arquivo Nacional
Neste segundo conjunto, observamos fotos de câmaras estereoscopicas do período.
Séc IXX, e inicio do séc XX São elas :
As fotos aqui cedidas pertencem ao acervo do colecionista Sr. Lew Steinfeld do Rio de Janeiro e as fotos digitais foram obtidas pelo Sr Douglas St. Denny.