Sistemas de adaptação para Estereoscopia

 

A triste resposta da Nikon:

 

Um pouco após, em 1959, as firmas japonesas também introduziram seus sistemas estéreo. Eram adaptadores independentes que se destinavam a uma vasta variedade de câmaras. Prometiam eles varias adaptações. Provavelmente o mais “avançado” seria o Stitz, adaptador universal, que servia para varias objetivas de 55 a 200 mm. O excesso de partes móveis, e a natural tendência deste adaptador a desregular tornaram este conjunto tecnicamente muito pouco viável. O adaptador Pentax era um retorno ao modelo Stereo Tach de 1947, Os demais fabricantes produziram em geral adaptadores de pouca confiabilidade, não merecendo serem citados.  Todo este comportamento contribuiu para a uma brusca queda na comercialização destes produtos, afastando o consumidor deste interessante campo da fotografia e como conseqüência uma omissão de sua divulgação. 

 O melhor produto Japonês, em se considerando a óptica, foi indiscutivelmente o adaptador da Nikon, que possui um grande valor histórico, mas eis que este mesmo nasceu com sérios inconvenientes básicos. O primeiro deles era a necessidade de ajustá-lo a cada corpo de câmara individualmente, não podendo ser transferido para outra câmara do mesmo tipo e modelo.  Outro problema era o ajuste da linha de horizonte que ao focalizar o equipamento se perdia com pouco tempo de uso, sem que o usuário o percebesse, apenas quando as fotos reveladas saiam defeituosas. Exigia revisão permanente e cara, além de custo altíssimo do equipamento na revenda. Houve encalhe na fábrica e muitos destes lindos equipamentos foram destruídos a marreta. Sem sequer sofrerem uma revisão técnica para melhor ajusta-los.  Uma pena, e um pesadelo para os amantes da terceira dimensão.

Aqui temos ilustramos um dos sobreviventes para a visualização e avaliação do leitor.

  

 

 

O conjunto é composto pelas objetivas geminadas, um parasol especial, um conjunto de prismas de base larga, e o visor auxiliar tipo Albada especial.

Objetivas Stereo-Nikkor 1:3.5/35mm tipo Tessar.

O sistema de prismas é acromatizado e segue as fórmulas do Zeiss Stereotar. A montagem mecânica segue o sistema de prismas  do SN-5 da Kiev.

  

 

 

 

Técnica:

O princípio óptico é exatamente o mesmo do Stereotar da Zeiss, mas suas montagens mecânicas são de concepção errônea, exigindo construção do equipamento com folgas excessivas para o bom funcionamento, daí os freqüentes desajustes.

Lamentavelmente os japoneses pouco cooperaram para o desenvolvimento da estereoscopia, e pior, colaboraram consciente ou inconscientemente para o fechamento de um mercado até então bastante promissor. A Nikon em especial, não mais tentou qualquer outra experiência em equipamento similar.

 

 

Abaixo, imagens comparativas dos equipamentos Nikon e Kiev.

Note-se a forma de união do sistema óptico com a câmara, bem mais firme e livre de desregulagem por alinhamento no sistema Kiev. Isto se deve à segurança do sistema realizada pela baioneta externa, unindo o conjunto ao corpo da câmara. Na Nikon o sistema se une apenas à baioneta interna móvel tendo apenas uma pequena perna de prevenção ao desalinhamento, com sua escala de foco e também livre para rotação, que logo perde sua finalidade.   

 

 

Montagem das ópticas

 

 

Segurança pela baioneta interna na Nikon, pela baioneta externa na Kiev.

 

 

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Montagem com o prisma

 

 

 

Semelhança na construção dos prismas. Porém prismas mais altos na Kiev proporcionam melhor transferência de luminosidade e menor vinhetação dos quadros.