Caixas e falantes
Modernas concepções com retorno às origens
Bernard Salabert
Se voltarmos 30 anos atrás, notaremos que nestes últimos dias da alta fidelidade real, os fabricantes mundiais assim como os vendedores se esforçaram em apagar da mente e do conhecimento geral os grandes equipamentos que vieram a ser desenvolvidos a partir dos anos de 1930. Assim equipamentos como os Klangfilm, Western Electric e Altec foram imediatamente taxados de ineficientes trambolhos e nos tentam constantemente empurrar pequenas caixas multi falantes com o “máximo da moderna tecnologia e do progresso”. Na verdade estão estes fabricantes e revendedores a distorcer as comprovadíssimas verdades das leis da Física.
O primeiro ponto a que vamos nos referir são quanto aos os alto-falantes. Em particular na França, existiram marcas de extrema qualidade tais como os Supratek, Audax, Siare, Triangle. No Brasil existiam os Sincro e os Semiramis. Acho difícil que alguém se lembre destes últimos. Existiram outros feitos em tão pequena quantidade que não deixaram registro. A velha escola de altofalantes recomendava o uso dos falantes de Alnico e cones totalmente em papel ou lã, ou ainda em látex impregnado com talco. Nada de imãs anulares em ferrite ou suspensão em espuma. Carcassas sempre fundidas em metal pesado. Nada de chapa estampada ou plástico. Centragens apenas em fibra de veludo, nem pensar em PVC ou sucedâneos. O material tem que der feito para durar, não para apodrecer rápido ou empenar com facilidade. Bobinas móveis só enroladas individualmente em fio de cobre eletrolítico ou prata pura.
Uma outra característica refere-se ao movimento do cone. Nestes falantes de classe o cone move-se apenas 4 microns e enche a sala com grande nível acústico. Nestes falantes comerciais atuais o movimento vai de 40 a 400 microns visíveis a olho nu, carregando inevitavelmente consigo bastante distorção harmônica e por intermodulação. A verdadeira resposta de graves não precisa de grandes movimentos, pois estes vão irremediavelmente transmitir uma elevada alteração das ondas sonoras originais da gravação.
O princípio é simples: - A Física nos diz que devemos ter uma massa muito pequena para que possamos vencer a inércia dos movimentos que geram o sinal audível. Nos diz também que a massa se move em relação ao quadrado da sua posição de inércia +1. Isto significa que não há como compensar este problema através da intensidade do campo magnético ou pela potência do amplificador. Tecnicamente falando, a música é composta de 30% de ondas senoidais e 70% de sinais abruptos, tais como transientes e impulsos. As senóides são fáceis de serem reproduzidas, mas os transientes é que dão a característica musical. A sua alteração é que nos traduz a diferença existente entre o som real e o reproduzido, - isto é, a perda da realidade. Isto posto, o ideal é que o falante, isto é, a parte móvel do falante, constituído de cone, aranha de centragem, fios de contacto e bobina móvel tivessem massa zero. Logicamente isto é impossível, mas poderemos chegar próximo de zero. O esforço desenvolvido no cone do falante quando em movimento, é imenso; e este não poderá se deformar sob pena de gerar uma alta distorção do som reproduzido. Daí o ideal é criar um cone de perfil exponencial- hiperbólico com fibras longas e a bobina constuida com bobina dupla (uma na parte externa e outra na parte interna do cilindro portante, para o máximo de aproveitamento do campo magnético no interior do entreferro. As leis Físicas não foram revogadas,e obviamente não o serão, portanto o falante que não está neste conceito não poderá ser considerado Hi End.
Abaixo duas imagens mostrando detalhes da construção dos falantes PHY-HP que seguem os princípios acima.
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Keith Aschenbrenner
Quem se lembra aqui no Rio de Janeiro do maravilhoso som do Cinema Palácio na Rua do Passeio, deve saber exatamente o que estou dizendo. Infelizmente a nova geração não viveu estes dias e consequentemente não pode comparar. No estrangeiro houve uma enorme oferta destes cinemas equipados nos tempos áureos do som; por outro lado eram eles que produziam estes equipamentos, portanto muitas peças de reposição deixaram vivos tais equipamentos por muito tempo. Soube recentemente que na Suécia um determinado cinema tinha um equipamento Klangfilm que funcionou de 1935 até o ano 1999 quando foi desativado, O equipamento foi vendido para um senhor Japonês que o restaurou e instalou-o em sua casa de campo. E está funcionando como nunca!
KLANGFILM・EURODYN/ KL-l430,KL-l431{1935} veja em: http://www.novacon.com.br/audiobhorn1b.htm
Proprietário: Sr. Tsuioshy Mikami “Revue du Son” Março de 2000
Em paises do terceiro mundo como nós, que não temos uma indústria para produzir e manter nem uma tradição de técnicos preparados para tais equipamentos, estes produtos sensacionais tem morte prematura e logo vão para a sucata, jogando inclusive no esquecimento o enorme esforço de seus criadores em gerar o melhor para seu publico alvo. Esta situação favorece a “picaretagem” a impingir qualquer coisa no seu lugar e forçá-la como a melhor coisa do mundo devido a ausência de comparação. Em parte esta problemática também existe nos paises do primeiro mundo, A meu ver este é o caso que está ocorrendo com as máquinas fotográficas digitais que na verdade só oferecem algo para aqueles que são um zero em fotografia.
Voltando ao caso dos falantes, e com uma filosofia de retorno à qualidade, não ao passado obsoleto,
que Keith Aschenbrenner diretor da Auditorium 23, usando principalmente falantes PHY-HP de Bernard Salabert, desenvolveu uma série de projetos de gabinetes acústicos que apesar de irem na contra mão do Status-Quo dos grandes fabricantes aglutinam toda a experiência do passado e são verdadeiras obras de arte.
Vamos aqui apresentá-los:
Gabinete Único para Estereofonia >>>>>>>>
Outros tipos de falantes >>>>>>>>
Outros links:
Gabinetes de Keith Aschenbrenner http://www.6moons.com/audioreviews/auditorium23/23.html
Alto falantes de Bernard Salabert http://www.6moons.com/industryfeatures/phy/phy.html
PHY-HP driver http://www.phy-hp.com/English/Products/Drive_Units.html
Coleção de Tsuishy Mikami: Gokudo Vintage Vanguard
Sala 1 http://www.gokudo.co.jp/Vanguard/room1/room1.htm
Sala 2 http://www.gokudo.co.jp/Vanguard/room2/room2.htm
Sala 3 http://www.gokudo.co.jp/Vanguard/room3/room3.htm
Sala 4 http://www.gokudo.co.jp/Vanguard/room4/room4.htm
Sala 5 http://www.gokudo.co.jp/Vanguard/room5/room5.htm
Extraordinary projects from vintage German speakers from Japanese site http://www.german-vintage-loudspeakers.com/navid.247/projects.htm
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